´Um acidente como o da futura Estação Pinheiros pode ter cinco causas: fatalidade, sabotagem, imperícia, imprudência e negligência. Em 90% dos casos, é uma mistura disso.´ A afirmação é do secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, José Luiz Portella. É pensando nessa somatória de causas que o governo colocou na parede as empreiteiras responsáveis pela Linha 4 e, desde a semana passada, passou a exigir uma inspeção técnica em todas as frentes de trabalho. ´Eles dizem que está tudo certo, mas queremos um relatório sobre os outros 25 pontos onde há obras´, afirmou.
´O consórcio fica muito incomodado com isso porque tem medo de admitir que esse trabalho é inseguro. Não se trata disso. Mas se trata de dar segurança às pessoas porque, obviamente, depois de um acidente desses existe desconforto psicológico. As pessoas precisam sentir que tudo está seguro´, disse Portella, em entrevista ao Estado.
LAUDOS
A Companhia do Metropolitano também solicitou ao Consórcio Via Amarela a contratação de uma empresa que elabore um laudo sobre as condições do solo nas imediações da futura Estação Pinheiros e um plano para a retomada das obras. Só após o trabalho de perícia dos Institutos de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e de Criminalística (IC) – ainda sem data para ser concluído – e da análise desse estudo independente é que a direção do Metrô pretende liberar o canteiro de obras.
Essa pressão já teve resultado. O Via Amarela confirmou que, a pedido do Metrô, contratou um consultor internacional para participar da elaboração dos laudos técnicos relativos à área da futura estação. As empresas do consórcio, no entanto, mantêm o nome do consultor em sigilo, sob a alegação de evitar interferências e polêmicas.
PETROBRÁS
Portella ressaltou que não existe nenhuma pressa do Estado para divulgar um laudo final sobre o assunto. E o trabalho pode até demorar mais do que o normal em casos de acidentes. ´Nós queremos também que contratem uma empresa certificadora de laudos, uma espécie de auditoria internacional. Se não me engano, vão contratar uma empresa da Dinamarca, que também certificou os laudos de uma plataforma, quando ocorreu um acidente com a Petrobrás.´
Quanto ao fato de o IPT ainda não ter iniciado in loco as perícias, o secretário destacou que também não há preocupação. ´Primeiramente, eles têm de ver se tem uma falha já nas decisões tomadas no canteiro (o que é possível fazer usando o diário de obras). Depois, vê-se o que foi feito e se está coerente e correto tecnicamente. Aí, você desce para ver se foi feito direito. Só depois disso é possível dizer o que aconteceu na obra com alguma responsabilidade. E, mesmo assim, pode ser necessária uma contraperícia.´
CASAS
Portella disse que outra das prioridades atuais está na liberação de imóveis, interditados desde o dia 12. ´E vale dizer que, na liberação, a pessoa tem direito de se negar a voltar para lá – porque está com medo. Então, a empresa faz uma proposta. Se a pessoa aceita é imediato. Se não aceita, aí vai para a Justiça.´
O secretário considera que essa também deveria ser uma prioridade do Via Amarela. ´Mesmo que não tivesse sido um acidente com vítimas, o desgaste que tem com aquela obra parada, de ter ruído, e a imagem… É muito melhor para eles cuidarem das casas. Não tenho nenhuma procuração para defendê-los, mas é a lógica de engenharia. Pode ter acontecido um descaso, pode ser que sim.´
Gafe de Kassab vira atração no YouTube
Depois de Daniella Cicarelli, é a vez de o prefeito Gilberto Kassab (PFL) ser a atração do YouTube. Um vídeo postado anteontem no site mostra o prefeito da maior cidade do País fazendo uma brincadeira em que cita o acidente no canteiro de obras da futura Estação Pinheiros da Linha 4 do metrô, que
Fonte: O Estado de S. Paulo
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