A Ferroeste concluiu nesta quarta-feira (14) a reparação de 13 locomotivas. Os equipamentos estavam parados desde janeiro, devido à falta de manutenção preventiva. Com isso, a empresa tem condições de tracionar 176 vagões (8,8 mil toneladas) por dia, nos 248 quilômetros de trilhos entre Cascavel e Guarapuava. “Apesar da péssima condição das locomotivas, devido à manutenção ruim, conseguimos colocar em operação toda a frota, graças ao trabalho dos técnicos contratados emergencialmente”, disse o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes.
A reparação dos equipamentos garante auto-suficiência de tração à Ferroeste, que em janeiro precisou autorizar o ingresso de locomotivas da empresa América Latina Logística (ALL). A revisão dos 62 vagões em condições de uso deverá ser concluída em 10 de março – no total são 112 vagões, dos quais 50 estão inutilizados.
Segundo Samuel Gomes, mesmo com todas as locomotivas em operação, a capacidade de transporte da Ferroeste será insuficiente para toda a demanda dos produtores. “Isso em razão da falta de investimentos da Ferropar, que deveria ter adquirido 60 locomotivas e pelo menos 732 vagões”, explicou. “A Ferroeste vai atender aos produtores na medida das suas possibilidades nesta safra, e desde logo inicia o planejamento dos investimentos necessários para aumentar o volume de transporte para a safra seguinte”, disse.
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Quando o governo estadual reassumiu a administração da empresa, em 18 de dezembro de 2006, encontrou 15 locomotivas, duas totalmente inutilizadas, locadas pela extinta Ferropar junto à Transferro Operadora Multimodal e à Ferrovia Tereza Cristina. A Transferro, contratada para dar condições de uso à frota, proibiu seus técnicos de fazerem a manutenção logo após a Justiça decretar a falência da antiga subconcessionária da ferrovia. Sem condições legais para executar a reparação e manutenção preventiva, a Ferroeste teve que retirar as locomotivas de operação.
A Ferroeste precisou contratar a manutenção emergencialmente, para garantir o transporte na ferrovia. Os trabalhos foram iniciados em 2 de fevereiro. “Através de um esforço concentrado dos técnicos, foi possível garantir a reparação de todas as locomotivas possíveis de uso, superando nossa previsão inicial”, disse o diretor de Produção da empresa, Saulo Ferreira.
Durante o trabalho de recuperação das locomotivas, foi constatado que elas estavam operando com potência inferior. Os equipamentos têm capacidade de tração até o oitavo ponto, mas estavam reguladas para trabalhar no máximo até o sexto ponto. “Eram subaproveitadas, de forma a preservar as locomotivas e reduzir a despesa com manutenção. Neste caso, quem ganha é a empresa que aluga”, disse Ferreira. As locomotivas foram reguladas até o oitavo ponto, o que vai permitir trabalharem com capacidade máxima.
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