Nada mais oportuno para um ambicioso plano de expansão do transporte ferroviário de passageiros na segunda maior região metropolitana do Brasil do que um ambiente amistoso entre os governos federal e estadual e um planeta preocupado em reduzir a emissão de gases do efeito estufa.
É esse o contexto que está fazendo a SuperVia tirar da gaveta e atualizar um projeto desenhado dois anos atrás. Até o fim do mês estarão concluídas as propostas técnicas e financeiras para elevar de 400 mil para 1,5 milhão de passageiros o movimento diário nas 89 estações e 225 quilômetros de vias da empresa.
A SuperVia, avisa seu presidente, Amin Alves Murad (foto), se compromete a desembolsar US$ 60 milhões para melhorar a infra-estrutura do serviço (leia-se subestações e sinalização). Mas precisa de US$ 480 milhões em investimentos na compra de 120 trens novos e de outros US$ 32 milhões para reformar 32 da frota atual. É este dinheiro que terá de vir do Estado, como prevê o contrato de concessão.
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Daí a aposta aliança entre os governos Lula e Sérgio Cabral Filho.
— O estudo completo será apresentado ao governador em março. Esse investimento equivale a do valor total dos ativos (US$ 10 bilhões) e será capaz de triplicar o movimento de passageiros. Cada trem em operação equivale a 13 ônibus ou a 84 vans — diz Murad.
O plano transforma a SuperVia em metrô de superfície, porque substitui o sistema de horário fixo pelo de intervalo — nas áreas de maior movimento, como CentralDeodoro, os trens partiriam a cada três minutos. Um sistema de integração atrairia passageiros de ônibus e metrô. Além disso, três quartos da frota passariam a ter arcondicionado.
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