O tramo Sul do Ferroanel de São Paulo é uma das obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) que interessa a direção da ALL. Segundo o presidente da empresa, Bernardo Hees, se o Governo Federal sinalizar que pretende transferir o trecho para a iniciativa privada, a concessionária irá disputar o projeto.
‘‘Temos todo o interesse em estudar uma parceira com o Governo Federal para construir o tramo Sul do Ferroanel de São Paulo’’, garantiu o executivo, referindo-se a uma possível parceria público-pivada (PPP). Ele avaliou que, se houver uma ‘‘negociação adequada, com critérios estabelecidos previamente’’, a ala do anel ferroviário que facilitará o escoamento pelo Porto de Santos poderá ser erguida pela ALL.
O tramo Norte do Ferroanel, que prioriza o transporte férreo aos portos fluminenses, deve ser erguido pela concessionária ferroviária MRS Logística, que controla parte do tráfego de trens em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A concorrente vem discutindo os termos da obra com o Governo Federal há pelo menos um ano. As tratativas foram confirmadas pelo próprio presidente da empresa, Júlio Fontana Neto.
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As duas concessionárias que servem o porto, a ALL e a MRS, tem negociado a construção de uma segunda linha de acesso ferroviário ao cais santista. O trecho vai ligar a estação de Perequê até a Margem Esquerda (Guarujá) do complexo. A prioridade de fazer a obra era da Brasil Ferrovias, que não a iniciou no prazo de seis meses. O atraso levou a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a autorizar que a MRS faça o empreendimento.
O trecho em questão fica na área de domínio da MRS. Mas, como a Brasil Ferrovias não tinha acesso direto ao porto, a execução da obra foi requerida para que pudesse ligar os terminais. A ANTT decidiu, então, que a MRS fizesse a obra, mas a Brasil Ferrovias (agora ALL) pagaria a passagem na linha até equacionar o custo da obra à concorrente.
Terminais
Os planos da concessionária não estão restritos apenas a projetos do setor. Integrante do consórcio de investidores que construiu o Terminal de Granéis do Guarujá (TGG) e o Terminal Marítimo de Guarujá (Termag), ambos na Margem Esquerda, onde funcionava o antigo Terminal de Fertilizantes (Tefer), a ALL vai avaliar, entre dois e três anos, se compensa ampliar o complexo graneleiro. O conjunto de armazéns é considerado hoje como o maior da América Latina.
‘‘A gente tem interesse em que o TGG-Termag seja cada vez maior e com capacidade superior. Mas não é porque tem área e projeto que vamos partir para a ampliação. Antes de tudo, é preciso verificar se o mercado pede essa ampliação’’, argumentou o presidente da ALL.
Hees também disse que, apesar de já ter iniciado as operações, a inauguração do complexo deve ocorrer nos próximos meses. ‘‘A primeira fase, da construção, foi sedimentada e já temos planos para a segunda fase, de ampliação. Mas cada coisa ao seu tempo”.
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