CPTM usa fundo para captar R$ 200 milhões

A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) vai usar um fundo de recebíveis (FIDC) para ampliar a malha ferroviária da cidade de São Paulo. A empresa criou um fundo de R$ 200 milhões que tem como um dos principais cotistas o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que comprou R$ 75 milhões. 


Este é o primeiro FIDC não padronizado do país com investimentos do BNDES. Ou seja, diferente dos fundos que estão no mercado, este é lastreado em receitas não performadas (ganhos futuros). No caso da CPTM, ela vai vir da venda de bilhetes de trem nas 21 principais estações da cidade. A companhia tem faturamento anual na casa dos R$ 400 milhões e transporta 1,4 milhão de passageiros por dia. 


Além do BNDES, o fundo atraiu outros cinco grandes investidores – dois fundos de pensão, duas gestoras de recursos e um banco europeu. Dos R$ 200 milhões, R$ 50 milhões são das cotas subordinadas (que funcionam como um colchão de liquidez). Pela complexidade, a carteira demorou dois anos para ser estruturada. O fundo tem prazo de sete anos e série única, ou seja, apenas para este projeto de investimento. Quem cuidou da operação foi a Rio Bravo. 


Os recursos captados serão aplicados em um programa de investimentos que prevê gastos de R$ 1,5 bilhão até 2010. Inicialmente, serão gastos R$ 670 milhões para a ampliação das linhas F (que liga o Brás a Calmon Viana) e C (que inclui a estação do Autódromo de Interlagos). A expansão das duas linhas trará 580 mil novos passageiros – aumento de 65% da demanda da linha F e de 75% na linha C.   


Para Demian Fiocca, presidente do BNDES, o interesse do banco em participar do projeto é que ele é de infra-estrutura social, feito por empresa pública, mas com capacidade para gerar retornos e atrair o investidor privado. Prova disso foi a demanda pelo fundo. Das propostas recebidas, R$ 75 milhões não conseguiram ser atendidas. O fundo terá retorno de IPCA mais 9% ao ano. 


O secretário de estado dos transportes metropolitanos de São Paulo, José Luiz Portella, não descarta a criação de novos FIDCs para outros projetos da CPTM e do Metrô. 


 

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Fonte: Valor Econômico

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