Quem vê o trem na oficina da Estação da Calçada não diz que foi requalificado. Do original só sobrou o chassi, totalmente recuperado. Foram trocados toda a chaparia, rodas, sistemas elétrico, de controle, de iluminação e eletropneumático ou seja, os freios, os bancos e o motor. O trem está sendo preparado para fazer uma viagem inaugural, na sexta-feira (dia 9), com a presença do prefeito João Henrique e o governador Jaques Wagner, da Calçada até Paripe. Os técnicos da Companhia de Transporte de Salvador (CTS) estão fazendo as ligações elétrica e mecânica que possibilitarão os engates dos vagões e depois farão testes preliminares com o equipamento por dois dias. O trem circulará em definitivo no dia 19.
O transporte dos trens foi cercado de todo cuidado. Cada um dos três vagões foi colocado numa carreta diferente e a viagem do Rio de Janeiro, onde foram recuperados, até a capital baiana, durou 25 dias. “Os equipamentos não puderam vir pela malha ferroviária devido ao estado de sucateament”, explica Al Melo, coordenador de Operações da CTS. Cada vagão tem 20 metros e o trem montado terá capacidade de transportar 650 pessoas em cada viagem. O sistema de transporte ferroviário permite hoje a realização de 80 viagens/dia, mas com o novo trem esta margem aumentará em mais 20 viagens/dia.
O trem tem todos os equipamentos de segurança e espaço reservado para pessoas portadoras de deficiência com bancos em cor diferenciada. Estão em operação hoje três trens. Com a chegada de mais este a espera dos passageiros será reduzida de 35 para 15 minutos. Os equipamentos que estão em operação começaram a circular na década de 60 e já estavam com o seu tempo de uso esgotado, já que um trem novo dura em média 40 anos, quando feita a manutenção necessária, ressalta Al Melo.
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À medida que os outros trens forem chegando a CTS vai retirando um velho para ser requalificado, como informa Sérgio Coelho, diretor de Manutenção da CTS. “Até o final deste mês já teremos feito os termos do convênio com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) para o repasse dos recursos oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, que nos possibilitará fazer a recuperação dos três trens que ainda estão em operação na capital baiana”, esclarece o diretor.
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