Marco histórico e um dos mais bonitos pontos turísticos de São Paulo, a Estação da Luz da CPTM completou 106 anos nesta quinta-feira, dia 1º. Fundamental para o desenvolvimento da cidade no século XX, a unidade é, ainda hoje, o marco zero da ferrovia paulista. Segundo o chefe da Estação, Raimundo Alexandre da Silva, a Luz é uma das ligações mais importantes da região metropolitana. “Ela liga as regiões norte e sul, leste e oeste, por isso é o centro da ferrovia”, comenta.
Com 13,2 mil metros quadrados de área, a instalação dá acesso a três linhas da companhia: A (Luz – Francisco Morato), D (Luz – Rio Grande da Serra) e E (Luz – Estudantes). Nos dias úteis, passam por ali 40 trens que realizam 651 viagens. Diariamente, a Estação recebe 235 mil usuários, atendidos por um time de 151 pessoas que atua em diversos setores, como Administração, Operação, Segurança, Limpeza, incluindo os estagiários da SERT (Secretaria do Emprego e Relações de Trabalho) e bolsistas da Frente de Trabalho. Os imprevistos do dia-a-dia fazem parte da rotina dessa equipe, que já passou por diversas situações delicadas, inclusive apoio à usuária que entrou em trabalho de parto na Estação.
Além de embelezar a cidade com sua arquitetura, a Estação da Luz ainda hoje exerce papel tão importante quanto o da sua origem, no início do século XX, quando o principal objetivo era escoar a produção de café para o porto de Santos. Durante esses anos, sua imagem foi se fixando como símbolo de São Paulo. Seu conjunto arquitetônico não é só um referencial urbano. Faz parte da vida do município.
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A Estação oferece acesso a outras atrações culturais de São Paulo, como a Pinacoteca, o Museu de Arte Sacra e a Sala São Paulo. Desde o ano passado, o local também abriga o Museu da Língua Portuguesa onde, em vez de passear por uma sucessão de objetos e textos presos às paredes, os visitantes são convidados a empreender uma viagem sensorial e subjetiva pela língua, que inclui filmes, audição de leituras e diversos módulos interativos.
Obras de arte
O painel Epopéia Paulista, da artista plástica Maria Bonomi, reconhecida internacionalmente como uma das principais gravuristas da atualidade, foi incorporado ao acervo da parte subterrânea da Estação da Luz. A obra acompanha as modificações exigidas na entrega do projeto Integração Centro.
Em dezembro de 2005, o Instituto Moreira Salles doou o painel Panorama de São Paulo, do fotógrafo italiano Vincenzo Pastore. Quem circula pelo subterrâneo pode ver como era São Paulo no início do século passado, ao identificar nas imagens captadas, entre 1911 e 1912. Há edificações como o Teatro Municipal, o Viaduto do Chá, a Igreja e Convento de São Francisco, entre outros ponto da cidade.
No ano passado, para complementar o acervo, a artista Teresa Saraiva doou seu mais novo painel, que recebeu o nome da própria estação, para a CPTM. A obra é composta por 14 módulos em ferro fundido, de 1,20m x 0,85m cada, pesa cerca de 2,5 toneladas e levou mais de dois anos para ser finalizada. Ela será instalada nas paredes contíguas à escada central do saguão subterrâneo que dá acesso à rua José Paulino.
Histórico
Com a expansão da cultura cafeeira no interior do Estado de São Paulo, o transporte da produção tornou-se um problema, pois toda exportação do produto era feita pelo porto do Rio de Janeiro. Por isso, Irineu Evagelista de Souza (Barão de Mauá) e dois associados – José Pimenta Bueno (Visconde de São Vicente) e José da Costa Carvalho (Marquês de Monte Alegre) criaram a The São Paulo Railway Company na Inglaterra, para captar investimentos. Daí vem o apelido “A Inglesa”, que caracterizou por muitos anos a ferrovia. Em 1860 teve início a construção da via férrea, e sete anos depois, as obras de 139 km de extensão foram concluídas somando um custo de 2 milhões de libras esterlinas.
A primeira unidade da Luz ocupava uma edificação acanhada era chamada Estação São Paulo.
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