Depois de receber reclamações sobre a falta de manutenção e o pequeno número de trens da linha Guapimirim-Saracuruna, o secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, fez uma viagem de inspeção na composição na madrugada desta quinta-feira.
Acompanhado de técnicos e do secretário estadual de Fazenda, ele prometeu melhorias no serviço em 30 dias.
– Estamos providenciando o aluguel de uma locomotiva e vamos ter mais uma freqüência de trem, que é a grande demanda dos moradores – promete Júlio Lopes.
Um trem fabricado há 50 anos é o único que funciona no trecho entre Guapimirim e Saracuruna. A locomotiva foi projetada originalmente para transportar carga. Por isso, a velocidade não ultrapassa 30 km/h. A viagem, que em condições normais, levaria apenas 30 minutos, acaba demorando três vezes mais.
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Os passageiros reclamam também dos horários do trem. Ele sai de Guapimirim apenas três vezes por dia: de madrugada, no início da manhã e no fim da tarde. O armador de ferragem Adir Pereira trabalha na Barra da Tijuca às 8h, mas, para chegar a tempo, usa o trem das 3h.
– Depois do trem das 3h, só às 6h. Mas se eu sair às 6h, chego na empresa entre 9h e 10h e sou mandado embora – diz Adir.
Janelas sem vidro, portas que não fecham e ferrugem são alguns dos sinais de abandono e vandalismo. Mesmo assim, o trem representa a única opção viável para pessoas como Juraci Alves, que mora em Guapimirim e trabalha na cidade do Rio como diarista.
– Se eu não pegar o trem, gasto R$ 19 por dia. Com o trem, gasto R$ 4 – compara a diarista.
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