A redução em até 20% no custo do frete dos contêineres de fumo que saem da região em direção ao Porto de Rio Grande é a carta que os diretores da América Latina Logística (ALL) e da CTIL Logística têm na manga para tentar convencer as fumageiras a trocarem a rodovia pela ferrovia na hora de despachar o produto das fábricas. O projeto de criação de um terminal de carga próximo da estação férrea de Ramiz Galvão, em Rio Pardo, será apresentado na manhã de hoje às associadas do Sindicato da Indústria do Fumo (Sindifumo), em Santa Cruz do Sul.
O investimento poderá passar de R$ 300 mil em terraplenagem, construção de escritórios, central de segurança e cercamento da área. O valor só não será maior porque a empresa de logística já dispõe dos equipamentos necessários para as operações. Só uma espécie de trator com um superguindaste utilizado para içar os contêineres dos caminhões e colocá-los no trem custa mais de R$ 1 milhão. Caso as fumageiras demonstrem interesse na velha modalidade de transporte de carga, as empresas envolvidas no projeto asseguram que têm condições de colocar o terminal em operação dentro de até 60 dias.
Mas se por um lado a economia de até 20% pode atrair as empresas justamente no momento em que elas operam no limite em decorrência do câmbio desfavorável, a demora da viagem pode afastá-las dos trilhos. Isso porque de caminhão um conteiner leva, em média, sete horas para ser entregue no porto. De trem esse tempo sobe para mais de 30 horas. Especialistas em logística argumentam, porém, que isso não chega a ser um problema, já que atualmente não ocorre mais a falta de baús e que chegando a Rio Grande pela malha ferroviária, a liberação do tabaco por parte do Ministério da Agricultura é mais rápida, o que compensaria pelo menos parte do tempo gasto no trajeto.
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Dependendo da demanda, a ALL e a CTIL Logística embarcariam os contêineres em Ramiz Galvão duas vezes ao dia, sete dias por semana. Segundo levantamento das empresas, por ano mais de 22 mil carregamentos de fumo pronto deixam as empresas da região – incluindo as de Venâncio Aires, Santa Cruz do Sul, Vera Cruz e Rio Pardo – em direção ao porto, de onde seguem para os cinco continentes. Estima-se que o projeto se torna viável se apenas duas fumageiras aderirem ao transporte ferroviário no trecho entre Rio Pardo e Rio Grande. As duas maiores – Universal Leaf tabacos e Alliance One – seriam responsável por pelo menos 10 mil contêineres a cada safra.
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