Com a era dos biocombustíveis, o Brasil reinaugura sua nova “Marcha para o Oeste”. Lançada pelo presidente Getúlio Vargas, em 1938, a Marcha para o Oeste pretendia fundar verdadeiramente o Brasil, que, até então, era só litoral. O interior do país continuava sendo um vasto sertão, sem estradas nem cidades, quase como a terra desconhecida que os bandeirantes tomaram aos índios. Colonizar o interior era fazer o Brasil olhar para dentro de si mesmo. Hoje, quase 70 anos depois, o país converge para uma nova fronteira de desenvolvimento — o Estado do Tocantins. Criado pela Constituição de 88, o Tocantins completa, no próximo ano, apenas 20 anos de sua separação de Goiás. E a era do desbravamento deu lugar ao tempo da semeadura. Nos últimos quatro anos, o governador Marcelo Miranda vem preparando o Tocantins para saltar da fase do crescimento para a fase do desenvolvimento. Modernização das instituições e consolidação da infra-estrutura são dois eixos fundamentais dessa nova fase na história do Estado.
A reeleição de Marcelo Miranda, no ano passado, consolidou um projeto de poder que ficou conhecido como “Novo Tempo”, numa analogia com o processo de renovação do Estado de Goiás, deflagrado pela eleição de Marconi Perillo ao governo em 1998. O Estado de Direito, que se consolidou no Tocantins com a reeleição de Marcelo Miranda, é condição essencial para o desenvolvimento sustentado, como a história não se cansa de demonstrar, desde a Idade Média, através da experiência da Inglaterra, repetida, séculos mais tarde, nos Estados Unidos. Uma terra sem lei, ou com leis discricionárias, pode até ser palco de crescimento, como ocorreu no Brasil de ontem e ocorre na China de hoje, mas esse crescimento será fogo de palha, beneficiando apenas uma elite. Para que ele se torne desenvolvimento sustentável, com maior distribuição de renda, só mesmo sob as garantias do Estado de Direito, em que o próprio governo é o primeiro a dar exemplo de respeito às leis.
A modernização das instituições e a consolidação da infra-estrutura são os dois pilares em que o governo Marcelo Miranda procura sustentar o desenvolvimento do Estado. Em termos de infra-estrutura, a Ferrovia Norte-Sul é o principal emblema dessa Marcha para o Oeste, que vai beneficiar, também, o Estado de Goiás, além dos demais Estados do Centro-Norte do país. Iniciada no governo José Sarney há 20 anos, a Ferrovia Norte-Sul foi retomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que passou a tratá-la como uma das prioridades de seu governo. E a ferrovia, que tem avançado mais do norte para o sul, já está bastante adiantada no Tocantins. Vinda de Açailândia, uma das cidades mais importantes do Maranhão, com 106 mil habitantes, a Norte-Sul entrou no Tocantins através de um trecho de 225 quilômetros, que, inicialmente, chegou até Aguiarnópolis, município com menos de 4 mil habitantes, na divisa entre os dois Estados.
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Já no governo Lula, foram construídos mais 147 quilômetros de ferrovia, chegando até Darcinópolis, município com cerca de 5 mil habitantes. Outros 58 quilômetros de trilho levam a ferrovia até Araguaína, um das mais importantes cidades do Tocantins, com 130 mil habitantes. A expectativa é que a Ferrovia Norte-Sul se estenda por mais 361 quilômetros neste ano, chegando a Palmas até dezembro próximo. Estudos econômicos encomendados pela Valec estimam que, já em 2008, a ferrovia deve transportar nesse trecho cerca de 5 milhões de toneladas de carga. E, de acordo com dados do BNDES, em 2011 esse montante chegará a 11,2 milhões de toneladas. Ainda segundo dados do BNDES, a partir de 2020, só no Tocantins, a Ferrovia Norte-Sul vai transportar 25,8 milhões de toneladas anuais. A ferrovia vai transportar produtos agrícolas, como soja e algodão, e industrializados, como açúcar, farelo e óleo de soja, além de minerais e bioenergia.
O agronegócio é um dos motores da economia do Estado do Tocantins
Para que a Ferrovia Nort
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