O que se faz em uma ferrovia sem trens

Desativadas há muitos anos, as estações ferroviárias, faixa de domínio e casas são invadidas às margens de 209 quilômetros de trilhos entre Marques dos Reis e Jaguariaíva (Norte Pioneiro). Parte do patrimônio, como placas de ferro, parafusos e sinalizadores, vem sendo roubado.


Verificando o ramal em 2005, a Associação de Preservação Ferroviária de Jacarezinho (APFJ) constatou a retirada de 30 mil retentores, 1.228 talas, 6.462 parafusos e 6.462 arruelas, 30 sinalizadores, uma linha de desvio em Santo Antônio da Platina e uma chave em Joaquim Távora. Há ladrões equipados para soltar os enormes parafusos que fixam as placas de ferro em dormentes nas curvas, revelou João Batista Pinto, que deu baixa na Polícia Militar e hoje trabalha numa empresa de segurança contratada pela América Latina Logística (ALL).


´´Sou o coordenador´´, disse Batista, que acompanha a turma de manutenção e investiga furtos no trecho Joaquim Távora-Jaguariaíva. A retirada de placas causaria prejuízos maiores, além do custo de reposição, se o ramal estivesse em uso, porque sem elas os trilhos se movem com o peso do trem, que descarrila, explicou Batista.


A ferrovia é obsoleta quando se fala em transporte de cargas, segundo João Mendes de Oliveira, presidente da APFJ. Ele aponta para 300 curvas aproximadamente em traçado saindo da altitude de 395 metros em Marques dos Reis e chegando a 1.050 metros em Jaguariaíva. ´´Acho muito pesada, gasta mais combustível, não pode exceder a 25 vagões. A linha aqui é mais propícia ao turismo´´, resume.


A APFJ tem um projeto de trem turístico e, para realizá-lo, defende a restauração de estações e do ramal, motivo de ação ajuizada em 2006 pelo Ministério Público Federal (MPF) de Jacarezinho. A associação denunciou sucessivamente a depredação do patrimônio, até mesmo à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Continuando desguarnecidas as estações, João Mendes ocupou as de Jacarezinho e Platina, em nome da Associação, mobiliando-as com poltronas de cinema que haviam sido abandonadas. A RFFSA e a ALL recorreram à polícia e ele foi impedido de cuidar.


Mesmo com o ramal ocioso, a ALL não se desobriga da lei de concessões (n.º 8.987/95), cujo inciso 14 é bem uma síntese do amplo dever de quem obteve o monopólio da ferrovia por 20 anos, no mínimo: ´´Zelar pela integridade dos bens vinculados à concessão, conforme normas técnicas específicas, mantendo-os em perfeitas condições de funcionamento e conservação, até a sua transferência à concedente ou a nova concessionária´´.


Segundo a ANTT, a ALL foi obrigada a refazer 500 metros de linhas secundárias no pátio da estação de Marques dos Reis e a fixar um ´´posto de segurança´´ na estação de Joaquim Távora. A substituição de dormentes no ramal é feita pela empreiteira Salustiano & Salustiano, empregando 22 homens, e em janeiro já havia alcançado o trecho Arapoti-Jaguariaíva, informou o funcionário Fernando Aparecido da Silva, que permanece na estação de Joaquim Távora.


 

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Fonte: Folha de Londrina (PR)

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