O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disse nesta quarta-feira (28) que a reforma política é uma questão que extrapola os limites do governo, mas afirmou que a discussão do tema está lenta.
Não é para defender ou atacar o governo Lula. Esta é uma questão que extrapola o governo, disse o governador, ao ser questionado se o presidente estaria demorando a realizar a reforma política. Serra, no entanto, disse que as reformas estão lentas, sem sombra de dúvida.
O governador fez o comentário ao falar pela segunda vez nesta quarta-feira sobre a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) segundo a qual os mandatos pertencem aos partidos e não aos candidatos. Acho que essa decisão do TSE vai na linha correta, mas o ideal teria sido fazer isso no contexto de uma reforma. Tudo programado, pensado, criticou Serra. Para o governador, a decisão vai na linha correta da reforma política.
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Viagem de trem
Serra viajou na tarde desta quarta-feira no primeiro trem reformado entregue para uso na Linha F (Brás-Calmon Viana) da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) neste ano. Outras três composições já haviam sido reformadas para esta linha em 2006. O governador saiu da Estação Brás, na região central de São Paulo, e foi até a Estação Comendador Ermelino, na Zona Leste, passando por quatro paradas.
Fugindo do horário de pico – o embarque foi por volta das 15h -, Serra encontrou o vagão vazio e pôde sentar. Além dos passageiros, havia no trem seguranças e assessores do governador, o secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, e o presidente da CPTM, Álvaro Armond.
Para Serra, modernizar a frota e as estações de trem são prioridades de governo. Ele anunciou investimentos de R$ 255 milhões na Linha F. “As condições são precárias. Exatamente por isso vamos investir bastante dinheiro. Falta dinheiro no estado, mas isso tem prioridade”, disse o governador, que ouviu reclamações de alguns passageiros sobre o calor nos vagões.
O Programa Boa Viagem, da CPTM, pretende reformar 45 trens com capacidade para 1.800 passageiros até 2010. Por enquanto, apenas quatro composições ganharam cara nova. A estimativa é de que até o fim de 2007 a Linha F receba 15 trens novos. O custo total do projeto é de R$ 374 milhões.
De acordo com a CPTM, o trem em que o governador viajou ganhou novo sistema de frenagem, de comunicação e fechamento de portas. Também recebeu reforço na pintura, lataria, bancos e pisos novos.
Quando a frota reformada estiver completa, o governo estima que o tempo de espera nas estações entre as composições caia de 12 minutos para dez minutos. “Com a velocidade e a qualidade, este novo trem vai virar um metrô de superfície”, apostou o secretário José Luiz Portella.
Na terça-feira (27), Portella já havia anunciado investimentos no setor. Para ele, a Linha F, pela má qualidade do serviço oferecido à população, é considerada a pior. Por esse motivo, foi a escolhida para receber primeiro os trens reformados. Além de reformar as estações Comendador Ermelino e Itaim Paulista, outras três serão construídas: USP Leste, Jardim Romano e Jardim Helena.
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