A partir de junho, os moradores de Santa Teresa terão de volta seu primeiro bondinho totalmente restaurado. Após parecer favorável do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), órgão responsável pelo tombamento dos bondes, 14 dos 17 bondinhos que circulam pelo bairro estão sendo recuperados.
Em julho, mais dois devem voltar a funcionar, e, até outubro, os outros 11 deverão ser postos de volta nos trilhos.
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Restauração se arrasta desde 2005
O sistema de transporte, implantado no bairro em 1896, nunca havia passado por um processo de restauração tão completo: — Estamos mantendo as características originais, mas refazendo tudo com tecnologia moderna, como, por exemplo, a de frenagem, um sistema de engrenagem que necessitará de pouquíssima manutenção — explica Luiz Carlos Lino, diretor de produção da Central Logística da Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central).
Desde 2005, os bondes começaram a ser levados para Três Rios, onde fica a sede da empresa responsável pelo trabalho, a T Trans. Mas só agora o trabalho começou a ser realizado por uma equipe de cerca de 40 funcionários. Quando o primeiro carro foi levado para a reforma, o então presidente da Central, Albuíno Azeredo, anunciou que em abril de 2006 os dois primeiros veículos restaurados voltariam ao bairro. No projeto original, todos os bondes seriam entregues em agosto do ano passado.
O atraso teria sido causado por exigências do Inepac.
Orçado em R$ 23 milhões, o projeto está sendo realizado através de um financiamento obtido junto ao Banco Mundial, que entrou com 90% dos recursos necessários.
Atualmente, apenas três bondes atendem a dois mil passageiros por dia. O objetivo da restauração do equipamento é melhorar o atendimento aos moradores da região. Lino ainda chama a atenção para o potencial turístico desse transporte.
— Após a reforma, poderemos atender a 12 mil passageiros por dia. Queremos dar um futuro sustentável ao bonde e não podemos esquecer do seu potencial turístico — afirma.
A secretaria estadual de Transportes estuda fazer com que a linha volte a funcionar até a localidade do Silvestre, onde encontraria o bonde que leva ao Cristo. A ativação da ligação com a Rua do Riachuelo é outra idéia em estudo.
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