A Estrada de Ferro Carajás (EFC) está sendo preparada para alcançar a capacidade de transporte de 130 milhões de toneladas em 2009. A mudança na composição do trem utilizado, a construção e alongamento dos pátios de cruzamento e os investimentos em tecnologia são as principais medidas implementadas pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) para promover o aumento da capacidade.
Os investimentos na ferrovia para este ano são estimados em R$ 860 milhões. Nos últimos três anos foram investidos US$ 563,3 milhões na melhoria da malha ferroviária.
Cerca de 100 milhões de toneladas de cargas devem ser transportados em 2007 ao longo do trecho entre São Luís (PA) e Carajás (PA) – o dobro do que era transportado em cada trem no início da operação da ferrovia em 1985.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Só no alongamento e construção dos pátios de cruzamento, a CVRD está investindo R$ 498 milhões – para o período de 2006 a 2008. Eles estão sendo prolongados, em média, em mais 1,5 mil metros de extensão, dentro da faixa de domínio da CVRD. A EFC possui linha singela. Os pátios funcionam como desvios, permitindo que um trem siga sua rota enquanto outro fica estacionado.
No ano passado foram ampliados sete pátios de cruzamento. Até o final de 2007 vão ser concluídas mais 23 ampliações. O processo de expansão de todos os 56 pátios deve ser concluído até início do próximo ano.
O grande salto quantitativo da ferrovia em número de vagões por trem está previsto para o início do ano que vem, quando vão entrar em operação composições com 312 vagões. Para atender essa demanda, todas as locomotivas da Vela passaram a contar com um moderno sistema que possibilita a operação de trens mais longos, o chamado Locotrol.
O sistema controla a tração (força) e a frenagem dos trens de forma sincronizada. Com capacidade de gerenciar até cinco locomotivas, permite economia de combustível, diminuição da distância de frenagem e alívio do freio pneumático, movido a ar. De 2005 a 2008 os investimentos previstos nesta área são de R$ 40,3 milhões.
Os testes de trem com 312 vagões foram iniciados no final do ano passado. Em fevereiro deste ano, a Companhia Vale do Rio Doce testou composições com 340 vagões vazios, comprovando a viabilidade. No entanto, o transporte de cargas, a princípio, vai ser mesmo com 312 vagões, o que significa o maior trem das Américas.
Como forma de garantir suporte ao novo trem, os investimentos contemplam ainda treinamento e formação de mão-de-obra qualificada. No mês passado foi instalado em São Luís o centro de treinamento destinado ao aperfeiçoamento de maquinistas.
“Este é o centro mais moderno da América Latina em pesquisa e treinamento ferroviário. Não deve em nada aos demais centros do mundo”, afirma o gerente de engenharia e operações da CVRD, Luís Fernando Landeiro. A implantação do centro custou à empresa investimentos no valor total de R$ 3,5 milhões em instalações e em maquinário.
No centro são feitos testes e simulações das mais diversas situações durante a viagem de um trem de grande porte. O objetivo é primar pelo aumento da produtividade, eficiência da malha férrea e segurança.
Em 22 anos, a capacidade anual de transporte da EFC foi ampliada em mais de 90 milhões de toneladas – no início eram transportados 35 milhões de toneladas. Ao longo desse período, de acordo com o gerente-geral de operações da EFC, a ferrovia recebeu investimentos em qualificação profissional, em tecnologia de ponta e nas melhores alternativas para aumentar a produção, acompanhando a demanda mundial do mercado de minério de ferro.
Seja o primeiro a comentar