A continuidade da construção da futura Estação Pinheiros da Linha 4 do Metrô de São Paulo, que desabou no dia 12 janeiro, está condicionada à apresentação de um novo projeto por parte do Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras.
“O consórcio precisa apresentar um novo projeto da estação porque mudou a conformação do terreno e, certamente, será empregada uma outra forma de se construir a estação”, afirmou o diretor de assuntos corporativos do Metrô, Sérgio Avelleda, ao ser questionado sobre a possibilidade de retomada do trabalho ao longo do próximo semestre.
Nesta segunda-feira (9), teve início projeto de escavação, elaborado pelo consórcio, para a retirada de material da cratera. Os escombros passarão por perícia do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e do Instituto de Criminalística (IC) para a apuração das causas do acidente.
A retomada das obras desta segunda não diz respeito ao reinício da construção da Estação Pinheiros. No dia 30 de janeiro passado, a Delegacia Regional do Trabalho embargou essas obras, mas não impediu que se fizessem trabalhos de contenção para dar segurança aos funcionários.
Procurado pelo G1, o Consórcio Via Amarela não se manifestou sobre a necessidade de um novo projeto, afirmando apenas por meio de assessoria de imprensa que a continuidade da construção da estação só terá início após o término das obras de escavação. Para isso, será preciso a revogação de embargo da obras por parte da Delegacia Regional do Trabalho.
O prazo para o fim da etapa de escavações é outubro próximo, mas o Metrô não descarta sua prorrogação caso seja necessário.
A retomada das obras nesta segunda-feira também servirá, contudo, para garantir maior segurança à continuidade da construção da Estação Pinheiros. Nesta fase, serão feitas duas paredes de estacas, que serão revestidas de concreto, nas laterais da estação para permitir a retirada dos escombros.
De acordo com o diretor de assuntos corporativos do Metrô, Sérgio Avelleda, essas paredes serão aproveitadas no projeto de construção da estação. “É algo razoável quando você está lidando com dinheiro público”, disse ele. O custeio do projeto de escavação será assumido pelo Via Amarela, segundo o diretor de assuntos corporativos do Metrô.
Detonações e sirenes
Durante as escavações para a apuração das causas do acidente, não se descarta a realização de detonações caso rochas sejam encontradas, acrescentou o diretor do Metrô. Entretanto o Via Amarela afirma que as possibilidades disso vir a acontecer são mínimas.
Nas obras da Estação Pinheiros, eram realizadas explosões subterrâneas para a construção dos túneis. Após o desabamento, em janeiro passado, moradores relataram que esse método os assustava.
“O Metrô assegura que o manuseio dos explosivos e a técnica de utilização é sempre feita observando as normas em rigor e com a melhor técnica de engenharia”, disse Sérgio Avelleda. Segundo ele, sirenes para avisar a realização de detonações continuarão a ser empregadas em Pinheiros.
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