O Instituto da Memória do Povo Cearense, uma Organização Não-Governamental (ONG), deu entrada ontem em representação junto à Procuradoria Geral da Justiça (PGJ) solicitando o embargo das obras do Metrô de Fortaleza (Metrofor) no trecho que compreende a Estação Ferroviária do bairro de Parangaba.
A representação foi encaminhada pela ONG atendendo ao pedido do Comitê Pro-Tombamento da Estação de Parangaba. “As obras estão caminhando ali rapidamente, inclusive já danificaram até a calçada da estação”, informa o historiador e morador do bairro, Alexandre Gomes.
O comitê, explica, defende ainda a conclusão, o quanto antes, do julgamento do processo de tombamento do prédio da estação que se encontra em análise na Fundação de Cultura, Esporte e Turismo de Fortaleza (Funcet).
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Além da representação no MP Estadual, o Comitê Pró-tombamento realizou ontem, à tarde, manifestação na praça da Igreja Matriz de Parangaba alertando a comunidade sobre a possibilidade de demolição da estação, por conta das obras do Metrofor. Também foram feitas panfletagens e colhidas assinaturas para o abaixo-assinado de repúdio e impedimento das obras.
Hoje, ainda por iniciativa desse movimento, a partir das 18 horas, haverá a audiência para discutir a questão, no Ginásio Poliesportivo da Parangaba, contando com a participação de representantes do Metrofor, da Fundação de Cultura, Esporte e Turismo de Fortaleza (Funcet), membros do comitê e de moradores.
“Queremos que o Metrofor apresente um projeto para aquela área”, disse Alexandre Gomes, também idealizador do Projeto Historiando, que pesquisa a história dos bairros.
O historiador João Paulo Veira diz que o processo de tombamento começou com decreto nº 12.099[4], de 21 de setembro de 2006. “Uma vez que é dada entrada no processo, o imóvel fica protegido”.
João Paulo disse que a representação foi encaminhada ao Centro de Apoio Operacional da Ecologia, Meio Ambiente, Paisagismo e Patrimônio Histórico da Procuradoria Geral da Justiça do Estado do Ceará.
Sobre isso, a assessoria de comunicação do MP esclareceu existirem duas promotorias em Fortaleza para tratar das questões de meio ambiente. Hoje, a representação vai seguir para a promotoria específica e , então, o promotor responsável adotará as medidas cabíveis.
Já o Metrofor avisou, através de sua assessoria de imprensa, que só irá se pronunciar quando receber comunicação da Justiça.
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