Os trilhos já estão sobre os dormentes nos últimos seis quilômetros – de um total de 205 km – que restam para concluir o trecho da Ferrovia Norte-Sul, de Aguiarnópolis ao Pátio de Araguaína, que deverá ser inaugurado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está com visita prevista ao Estado no próximo mês de maio. Com a conclusão da obra, a cidade de Araguaína estará ligada ao Porto de Itaqui (MA).
“Neste pátio nós temos dez lotes para ciclos de grãos e combustíveis e muitas empresas estão nos procurando, por isso estamos preparando a licitação para que elas se instalem neste pátio”, afirmou o diretor da Valec, empresa construtora da ferrovia, Ulisses Assad, acrescentando que é possível também a chegada da ferrovia a Palmas até 2008, o que depende da liberação dos recursos. Segundo o diretor, até Guaraí a chegada da ferrovia, em 2008, está garantida.
O pátio de Palmas, que será construído na divisa com o município de Porto Nacional, segundo Assad será o maior da ferrovia e atenderá não só os produtores da região de Porto, mas também toda a região de Palmas, podendo, inclusive, atender também os produtores das regiões Sul e Leste da Bahia, que atualmente percorrem mais de 900 quilômetros para escoar sua produção e passariam a percorrer menos de 400 quilômetros se utilizarem a Plataforma Modal da capital tocantinense.
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De acordo com o engenheiro responsável pelo trecho de Aguiarnópolis a Araguaína, Carlos Ernesto Boos Neto, são cerca de 500 homens trabalhando 24 horas na construção da ferrovia e do Pátio de Araguaína. “Só neste trecho nós construímos seis pontes ferroviárias e um túnel. Agora estamos trabalhando na manutenção porque as chuvas atrapalharam um pouco os trabalhos”, informou o engenheiro, acrescentando que o cronograma está sendo cumprido.
O Pátio de Araguaína fica a cerca de 20 km da cidade, próximo à TO-222 que dá acesso ao município de Filadélfia. Permitirá o escoamento de toda a região Norte do Tocantins. Mais de R$ 200 milhões estão sendo liberados para a continuidade das obras e segundo os engenheiros são gastos cerca de R$ 1 milhão por cada quilômetro construído – valor que é compensado pelo baixo custo de manutenção posterior e também pelo baixo preço para transportar produtos que a ferrovia proporciona.
De acordo com Neto, toda a ferrovia é controlada por um sistema de rádio, CCO – Centro de Controle Operacional, que permite o tráfego das locomotivas nos dois sentidos através de desvios de linhas existentes no pátio. O centro fica na cidade de Porto Franco (MA). No caso do pátio de Araguaína, existem dois desvios de linhas que permitem que um trem cruze com o outro independente do número de vagões, São dois quilômetros de desvio que permitirão a carga e descarga dos vagões para os 10 lotes de empresas que deverão se instalar no pátio.
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