A experiência com o transporte multimodal no Brasil seria mais bem-sucedida, não fossem os seguidos equívocos do governo federal no processo de privatização de ferrovias e rodovias.
No sistema ferroviário, o governo privatizou trilhos e trens. Deveria ter privatizado somente a malha viária, como ocorre com as rodovias. Isso iria estimular a concorrência saudável no setor multimodal ferroviário.
Empresas do transporte rodoviário se sentiriam estimuladas a comprar seus próprios vagões. As novas proprietárias da antiga Rede Ferroviária Federal seriam empurradas a fazer investimentos em infra-estrutura para aumentar o volume de cargas transportadas.
Não foi o que ocorreu. Aliás, o poder público sequer resolveu a questão da unificação das bitolas, que continua a gerar atrasos e trazer prejuízos aos operadores. Sobre essa questão, não há nenhuma perspectiva de melhoria para os próximos anos.
Para os transportadores rodoviários, o executivo federal ainda não deu uma resposta satisfatória nem sobre a questão do pedágio, nem tampouco nos investimentos do PAC. Do plano nacional de investimentos, muito pouco será destinado às rodovias, que como todos sabem, transportam 70% do PIB nacional.
Quando se fala de transporte multimodal, a privatização das rodovias agravou os custos das transportadores. Um exemplo é a rodovia que liga Curitiba ao Porto de Paranaguá. Neste trecho de
A navegação de cabotagem, outra ponta do sistema, enfrenta a burocracia e os altos custos da operação portuária. Os caminhões que levam apenas duas horas no caminho de São Paulo até Santos acabam perdendo um dia inteiro no pátio do porto, à espera de descarregar.
Por fim, o transporte aeroviário, aquele que nos últimos meses tem sido o retrato mais fiel do caos. A tal ponto que várias empresas decidiram apostar no transporte rodoviário como substituto a este modal. Exemplo de uma montadora de veículos em Gravataí (RS), que recebe peças de São Paulo pela via terrestre, em 16 horas: é mais rápido, confiável e é monitorado por satélite. Por via aérea, se considerar o tempo para chegar ao aeroporto de SP mais o risco de atraso para decolagem ou até o cancelamento do vôo e a falta de vôos noturnos torna-se inviável a operação.
A confiabilidade que falta ao sistema de tráfego aéreo está disponível no transporte terrestre, qu
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