Às vésperas de completar 10 anos de sua privatização no próxima dia
Em 2001, no ciclo de baixa do minério de ferro, a Vale figurava como sexta no ranking das maiores mineradoras do mundo e seu valor em bolsa chegou a baixar para US$ 9 bilhões, enquanto a BHP Billiton, com US$ 30 bilhões, liderava a lista. Hoje, estão quase empatadas: a Vale detém o segundo lugar entre as maiores do setor.
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O grande salto para o futuro teve início nos anos 2003 e 2004, quando os preços do minério voltaram a subir depois de terem ido ao fundo do poço. Em 2000, o produto registrou a maior queda de sua história, de 11,5%. Já, em 2004, teve alta recorde, subindo 71,5%, depois de uma longa negociação liderada pela mineradora brasileira. Este acordo selado entre siderúrgicas e mineradora mudou o patamar das cotações do minério de ferro. Para o analista Pedro Galdi, do ABN Amro, isso só foi possível porque a Vale tinha adquirido bons ativos de ferro na época de vacas magras do mercado.
O processo de consolidação da mineração no país foi liderado pela Vale e boa parte disso ocorreu na gestão de Jório Dauster, seu primeiro presidente executivo pós privatização. Ele atuou na transição entre Benjamin Steinbruch e Roger Agnelli, entre março de
“Quando assumi o cargo, na fase da baixa dos preços, o que aconteceu? Começaram as vendas de ativos de minério de ferro por siderúrgicas multinacionais. Depois de uma mina na Austrália, abriu-se uma avenida extraordinária de detentores de minério de ferro. Grupos siderúrgicos resolveram se desfazer do que consideravam um abacaxi. Após comprar a Socoimex, ficamos com as minas da Samitri e compramos 50% da Samarco. Depois veio a Ferteco, da ThyssenKrupp, que colocou a Vale no quadrilátero ferrífero de Minas, com saída através da MRS para o porto de Sepetiba. E mais adiante, fizemos acordo com a Mitsui para ter parte da Caemi. Tudo que apareceu de minério de ferro na hora estava desvalorizado e compramos. Foi isso que fez a Vale estourar mais adiante”, afirmou Dauster.
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