O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), deverá lançar até dezembro duas parcerias público-privadas (PPPs) para a área de transportes coletivos na região metropolitana de São Paulo. As obras serão a construção e operação de um trem expresso interligando a região do ABC (municípios de Santo André, São Bernardo, São Caetano do Sul e Mauá) ao centro da capital do Estado e a construção e operação de uma linha ferroviária entre o aeroporto internacional de Guarulhos e a região central paulistana. Uma terceira PPP na área de transporte, ainda em estudos, poderá ser lançada para o projeto da interligação da linha 5 do metrô, que funciona na região do extremo sul da capital, com o resto do sistema.
As obras estão em um contexto ambicioso, em que Serra pretende remodelar o sistema de trens suburbanos do governo, elevando-os ao padrão de um metrô de superfície, tanto em modernização dos vagões e locomotivas quanto no intervalo menor das operações. Dos 253 quilômetros do sistema ferroviário metropolitano, 150 quilômetros seriam convertidos ao novo modelo. Serra quer ainda ampliar de 60 quilômetros para 78 quilômetros a extensão do metrô. Caso realize a meta, terá conseguido uma média de construção de linha pouco superior a 4 quilômetros por ano de mandato. A média é de 1,5 quilômetro anual desde a construção em 1974.
Com a remodelagem do sistema, o governo pretende vender créditos de carbono para financiar as obras no sistema de transporte metropolitano. A sondagem está sendo feita em bancos estrangeiros e em dois meses o governo deve conhecer a quantidade de créditos que serão vendidos e os recursos gerados. “Se não houvesse metrô hoje em São Paulo, o número de viagens de carro e ônibus que as pessoas fariam seria equivalente ao que é registrado em uma cidade de 400 mil habitantes, por ano”, explica o secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella. Com a medida, Serra pretende usar a preservação do meio ambiente como uma de suas bandeiras em 2010.
O expresso de trem ABC está em processo de modelagem, com custo previsto na ordem de R$ 1,1 bilhão. Será construído paralelo à linha ferroviária já existente, mas, segundo Portella, reduzirá o tempo de viagem de Mauá ao centro da capital paulistana de 41 minutos para 20 minutos. De carro, em horário de pico, o percurso pode levar mais de uma hora e meia, dependendo do trânsito na avenida do Estado.
O trem expresso para o aeroporto internacional, já na fase de análise de propostas das empresas interessadas, tem previsão de gastos de cerca de R$ 2,7 bilhões. Fará em 20 minutos a ligação entre o centro da capital e o aeroporto. Hoje, a linha de ônibus existente faz o percurso entre 30 minutos e uma hora, dependendo do trânsito na marginal do Rio Tietê. A tarifa do trem seria equivalente à do ônibus, de R$ 25 a R$ 30.
A pasta de Transportes Metropolitanos foi a escolhida por Serra para gerenciar a maior parte dos investimentos do governo. Dos R$ 6,7 bilhões em novos empréstimos internacionais que Serra tenta negociar com o governo federal, por meio da flexibilização do índice de endividamento do Estado, 80% irão para obras na secretaria.
Somado aos recursos próprios, para todo o sistema estão previstos investimentos globais de R$ 16 bilhões. Cerca de metade disso deverá ir para o metrô paulistano. A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), cuja linha de trens suburbanos ganhará o padrão de metrô de superfície, deverá ficar com 40% e os corredores de ônibus metropolitanos com os 10% restantes. A tarifa da CPTM é subsidiada com recursos orçamentários. A do metrô cobre o custeio da operação.
No comando da secretaria, o engenheiro José Luiz Portella é da absoluta confiança de Serra e do PSDB. Portella foi secretário-executivo do Ministério dos Transportes no governo Fernando Henrique Cardoso, diminuindo o poder do então ministro Eliseu Padilha, do PMDB. Conseguiu des
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