Depois de incorporar a Caemi no ano passado, agora a Vale do Rio Doce vai incorporar a Minerações Brasileiras Reunidas (MBR) em seus ativos, assumindo 100% da empresa ao comprar as participações dos grupos japoneses em dois tipos de operação anunciadas ontem em comunicado.
Neste negócio, a Vale desembolsará este ano US$ 291,3 milhões, sendo US$ 230,8 milhões para comprar as participações da Mitsui, SMI e Sumimoto na Empreendimentos Brasileiros de Mineração S.A (EBM), uma espécie de holding da MBR, aumentando sua participação de 80% para 86,24%.
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Ao mesmo tempo, assinou um outro acordo de usufruto das ações da EBM de propriedade dos também japoneses NSC, JFE, Itochu, Marubeni, Mitsubishi, Kobe e Nissin, que representam 13,753% da do capital total da EBM. Este acordo vai transferir para a Vale, nos próximos 30 anos, todos os direitos e obrigações das ações de EBM, inclusive dividendos. Além de pagar este ano US$ 60,5 milhões para os sete parceiros, a mineradora vai pagar US$ 48,1 milhões por ano nos 30 anos de vigência do acordo ou US$ 1,4 bilhão.
Com esta negociação, a Vale pode passar a fazer uso de terminais e outras atividades comuns às companhias, capturando sinergias de US$ 500 milhões, como avaliou a companhia. Desde 2003, quando adquiriu a Caemi, a Vale tinha projeto de comprar a parte dos japoneses na EBM/MBR, mas havia resistência dos sócios, pois não queriam perder seus takes de minério na MBR. Com o acordo de usufruto, eles os garantem por 30 anos.
Também em outra nota, a segunda maior mineradora do mundo, cujo valor de mercado chegou ontem a US$ 97 bilhões, anunciou a assinatura de contrato de frete de 25 anos com a Bergesen Worldwide (B.W. Bulk), a maior proprietária de grandes navios graneleiros do planeta, além de ser uma importante prestadora de serviços para siderúrgicas e mineradoras.
O contrato envolve a construção de quatro grandes navios graneleiros com capacidade de 388 mil toneladas cada que, segundo a nota da Vale, serão os maiores do mundo. O primeiro destes navios deve começar a operar no primeiro semestre de 2011. Estas medidas vão contribuir para reduzir o custo do frete marítimo do minério da Vale para a China.
Atualmente, a Vale aluga da B.W.Bulk o maior graneleiro do mundo para minério, o Berge Stahl, com capacidade de 364 mil toneladas. Ele leva minério da Vale do porto de Itaqui, no Maranhão, para os mercados consumidores, com destaque para a Ásia. A companhia firmou ainda acordo de 20 anos para construir um graneleiro de 300 mil toneladas com a Nippon Yusen Kaisha (NYK) Japan, com entrega prevista pra 2011. E em 2008, um navio petroleiro convertido em graneleiro pelo B.W. Bulk, conforme outro acordo acertado, já começará a transportar minério da Vale para a China, permitindo uma melhor programação das entregas para aquele mercado. A Vale revogou sua decisão de vender seus três capesizes.
Os preços do frete do Brasil para a China têm seguido uma trajetória de alta desde julho do ao passado. Em novembro, alcançaram US$ 33 na média. Este ano, dispararam a partir de março, quando ultrapassaram a barreira dos US$ 45, chegando a US$ 46,95. Em abril alcançaram US$ 52 por tonelada, conforme tabela disponível no mercado. O preço do frete Australia-China chegou em abril a US$ 19,50 por tonelada. De Brasil pa
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