Os cerca de R$ 5 bilhões gastos para a realização dos Jogos Pan-Americanos do Rio não foram suficientes para tirar do papel várias obras que melhorariam a qualidade de vida na cidade. Legados prometidos durante a candidatura carioca para ser sede da competição, principalmente na área de transportes, não saíram do papel.
O trans-pan, trem de superfície que ligaria a Barra da Tijuca, onde está concentrada a maioria das competições, ao Aeroporto Internacional Tom Jobim e ao Centro, as linhas de metrô 4 (Barra – zona sul) e 6 (Barra-Baixada Fluminense) são algumas das promessas não cumpridas. Outro exemplo é a despoluição das Lagoas de Jacarepaguá/Barra, não executadas. Já o plano de mobilidade viária, que melhoraria as vias e o controle de trânsito, orçado inicialmente em R$ 200 milhões, precisou ser executado com uma verba de apenas R$ 12 milhões.
´Nos últimos três, quatro anos, a prefeitura foi ficando sozinha porque o comparecimento dos governos estadual e federal foi minguando e tivemos de abandonar algumas idéias´, disse o secretário municipal de Transportes, Arolde de Oliveira. ´Projetos como os bondes na Barra ou a ligação por barcas entre o Centro e a Barra não puderam ser executados. Mas serão no futuro.´
O secretário assegurou que não ocorrerão engarrafamentos na cidade durante a competição. Lembrou que julho é mês de inverno, o que diminui a procura por praias, e o número de carros nas ruas também vai diminuir por ser período de férias escolares.
Uma solução criada para amenizar a vida dos torcedores que vão aos Jogos foi a criação de linhas especiais de integração entre metrô e ônibus. Além desse recurso, faixas exclusivas de trânsito serão criadas para os veículos oficiais do Pan.
Apesar dos problemas, o prefeito do Rio, Cesar Maia, fez um balanço positivo da preparação da cidade para os Jogos. Destacou que até Londres, sede da Olimpíada de 2012, tem enfrentado sucessivos percalços. E não se esqueceu de frisar que o município fez ´bem o dever de casa´ para receber os Jogos Olímpicos de 2016.
´Aprendi, em função das novas exigências que se sucedem, que os Tribunais de Contas, que estão aprendendo também, poderiam propor uma legislação especial para os investimentos nos Jogos, em que o princípio da economicidade, que deve ser rígido, poderia ser combinado com a flexibilização de processos´, afirmou Cesar Maia. ´Um exemplo: a prefeitura acertou na mosca ao fazer a concessão do Riocentro. Com 12 modalidades (a serem disputadas no Centro de Convenções), com a diversidade e a complexidade do que lá está sendo feito, (do Centro de Mídia, às provas de luta, passando por ginástica rítmica, entre outros), não teríamos conseguido fazê-lo.´
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