Surfista de trem é passado. Após a modernização que colocou a rede ferroviária nos trilhos, o mais perto que os trens chegam de um esporte são as estações do Maracanã e, a partir de amanhã, Engenho de Dentro. Devido ao bloqueio ao trânsito no entorno do Estádio João Havelange, esse será o meio de transporte mais cômodo e rápido para chegar ao Engenhão. A partir da Central do Brasil, apenas 10 estações, ou 20 minutos, separam os torcedores de Botafogo e Fluminense da próxima parada do futebol carioca.
Quem nunca entrou em um trem – ou ficou sem utilizar o serviço por muito tempo – pode estranhar chegar à Central e encontrar um estação revitalizada, com telões de plasma que informam os horários das composições e exibem videoclipes para amenizar a espera dos passageiros. Os vagões têm ar-condicionado e as estações são iluminadas e limpas.
Os baleiros de trem já não estão mais lá. Mas ainda é possível experimentar os quitutes de botequim no pequeno bar da estação do Engenhão. No cardápio, os tradicionais ovos rosa, lingüiça calabresa, jiló e batata cozida.
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– O estádio estará cheio e vamos ter que dar duro para atender a todos – disse Maria da Graça, balconista do bar.
A vantagem de andar de trem é cruzar a cidade a céu aberto. Livre dos claustrofóbicos túneis do metrô, o passageiro percebe como o comércio que beira as estações se prepara para o Pan. A maioria estampa um Rio 2007 no letreiro, ainda que que o logotipo não seja o oficial. O que vale é a festa.
A Supervia preparou esquema especial que reduz o intervalo das saídas a oito minutos. Na Central, quatro trens extras com ar-condicionado seguirão para o estádio a partir das 14h, totalizando 20 mil lugares. A programação dos trens regulares, sem ar, atenderão outros 20 mil passageiros.
O preço do bilhete é de R$2 e a integração com o metrô custa R$3,40. Como a passarela de ligação com o estádio não está pronta, a Supervia aconselha a comprar os tíquetes antecipadamente para não haver confusão nas apertadas bilheterias de Engenho de Dentro. A segurança dentro dos vagões e nas estações será reforçada por 100 policiais militares do Batalhão de Polícia Ferroviária (BPFer).
Sem surfistas no topo, e segurança reforçada, a adrenalina fica por conta apenas do futebol.
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