A solução para ligar de forma rápida e segura o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), ao centro da cidade de São Paulo, o Expresso Aeroporto, deverá consumir R$ 3,4 bilhões e só ficará pronto em 2010.
O projeto está em andamento e em setembro acontece uma audiência pública a respeito do tema. Segundo o secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, a licitação deverá estar concluída até o final deste ano e, se não houver contratempos, em maio de 2008 será conhecido o responsável pela obra.
Existe outro porém além das questões técnicas, de acordo com o governador José Serra (PSDB). “O trem é viável com a participação do governo federal, participação do Estado e iniciativa privada”, afirmou o governador. “Se todos entrarem com recursos o governo do Estado está disposto a participar”, disse.
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O governador, o prefeito Gilberto Kassab (DEM), e assessores estiveram no início da tarde de hoje na região da Cidade Jardim (zona oeste de São Paulo) inaugurando uma passarela que liga o parque do Povo a estação Cidade Jardim da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
O cálculo de R$ 3,4 bilhões não inclui apenas o trajeto do expresso aeroporto em si. Para sair do papel, entretanto, ele precisa de outras obras, como a reformulação da linha F (da forma como está, praticamente deteriorada, é inviável fazer uma linha exclusiva para Guarulhos), ramal G (com destino à Guarulhos, hoje inexistente) e modernos veículos que darão a característica de “metrô de superfície” ao projeto, segundo Portella.
Isolada, a obra do Expresso Aeroporto consumirá R$ 1,7 bi. As demais, outro naco considerável de R$ 1,7 bi dos R$ 3,4 bilhões.
Como Serra afirmou ser impossível o governo do Estado bancar tudo sozinho, a intenção da equipe do tucano é angariar R$ 580 milhões de investimentos diretos dos cofres federais. Outros 45% do bolo (pouco mais de R$ 1,5 bi) serão bancados pelo governo federal e os 38% restantes (cerca de R$ 1,4 bi) serão desembolsados pela iniciativa privada.
Para isso o governador e sua equipe pretendem se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e recém-empossado ministro da Defesa, Nelson Jobim. Portella foi enfático ao afirmar a importância da participação do governo federal. “O governo federal tem que participar. O sistema sobre trilhos de São Paulo transporta 75% de todos os passageiros de trens no Metrô e CPTM e o governo federal não coloca um tostão. É o único sistema que ele [governo federal] não põe dinheiro algum”, disse.
Chamariz
Para atrair investimentos o governo estadual pretende implantar a linha por meio de uma PPP (Parceria Público-Privada). Ainda segundo Portella, verbas para o Expresso Bandeirantes –um outro trem ligando o aeroporto de Viracopos, em Campinas (95 km), a São Paulo– também serão requisitadas durante a reunião com o presidente Lula e sua equipe.
Ele avalia que o diferencial do trem que deverá seguir num trajeto parecido com o que faz atualmente a rodovia dos Bandeirantes, é a possibilidade de transporte de cargas. Se a proposta vingar, segundo o secretário, poderá significar a retirada de caminhões que hoje trafegam por vias como Bandeirantes e marginais Tietê e Pinheiros.
“A grande atração do ponto de vista comercial será o movimento de cargas. O grande interessado disso tudo é a Infraero (estatal que administra os aeroportos do país). Ela tem um interesse muito grande no movimento de cargas entre Viracopos e Cumbica. Com isso a gente faz a junção total e a carga que hoje vem geralmente por caminhão pode vir de trem”, afirma.
O projeto, entretanto, ainda não está detalhado.
Expresso
O Expresso Aeroporto é parte de um complexo de obras que buscam modernizar a malha da CPTM, segundo a Secretaria de Transportes Metropolitanos.
O aumento expressivo no número de passageiros no terminal de Cumbica já era esperado antes mesmo das tragédias dos últ
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