Logística fica cara

O Brasil paga caro por ter estradas intransitáveis, ferrovias obsoletas, aeroportos sobrecarregados, hidrovias subutilizadas e portos entupidos. Segundo pesquisa do Centro de Estudos de Logística do Instituto Coppead, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o total gasto pelas empresas com logística atingiu R$ 271 bilhões em 2006, o que representa 11,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Em relação à pesquisa anterior, feita em 2004, houve aumento nominal de 27,5%


Um dos itens que mais pesaram foi o custo dos estoques acumulados para compensar atrasos nas entregas de matérias-primas e produtos acabados. Pelo estudo, o custo chegou a R$ 89,7 bilhões em 2006, ante R$ 70,7 bilhões em 2004, um salto de 27%, apesar da queda de 0,95 ponto porcentual na taxa média de juros no período.


“Temos uma infra-estrutura de logística inadequada que limita o crescimento do País”, afirma o professor Maurício Lima, coordenador de cursos do Centro de Estudos de Logística do Coppead e um dos responsáveis pela pesquisa. O problema, segundo ele, é que o transporte rodoviário responde hoje por 56% do total de carga movimentada no País, enquanto a participação do ferroviário é de 25% e do aquaviário, 14%. Nos EUA, a distribuição é mais uniforme: 46% são transportados por ferrovias e 36% por caminhões.


“Como a quantidade de caminhões para o transporte de produtos para carregar um navio é grande, e também faltam locais para armazenar a carga, os congestionamentos são gigantes nos portos” diz o professor.


Não por acaso, o que mais preocupa o setor privado, no conjunto da logística, é a situação nos portos. O tempo médio de espera de navios de contêineres para atracar nos portos brasileiros aumentou 78% entre 2005 e 2006. Passou de 13 para 20 horas. No Porto de Vitória, chegou a 55 horas.


De acordo com o estudo, a ineficiência e a burocracia fazem com que a exportação do produto brasileiro em contêineres saindo do Porto de Santos, o maior do País, demore em média 18 dias. Tomando como base o principal porto de Hong Kong, onde a média é de apenas cinco dias, o Coppead estima que as empresas brasileiras arcam com um custo adicional de US$ 481 milhões por ano, só pelo tempo que o dinheiro fica imobilizado em mercadorias.


Segundo o Plano Nacional de Logística e Transporte, há necessidade de investimentos anuais de R$ 18,2 bilhões em logística para sustentar o crescimento do País.


 


 

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Fonte: Estado de São Paulo

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