Na semana passada, uma missão de empresários e autoridades coreanas deixou o Brasil com um dever: elaborar a proposta para implantar o projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV) entre São Paulo e o Rio de Janeiro. Nesta semana, chega ao Brasil outro grupo, desta vez de italianos, para conversar novamente com o governo federal.
A movimentação em torno do projeto acontece após ter ficado anos na gaveta. E o retorno do TAV à pauta do dia reacende a discussão sobre outros planos muito debatidos e nada aprofundados como, por exemplo, a ligação entre a capital paulista e Campinas através de uma linha de trem rápido. Tudo em um mesmo projeto? Talvez. Diversas propostas foram já foram apresentadas, mesmo que extra-oficialmente.
No total, já são, no mínimo, quatro grupos estrangeiros conversando com o governo sobre a viabilidade da obra. Além dos coreanos, que vieram com seu instituto de pesquisas ferroviárias (Korea Railroad Research Institute – KRRI) e estão presentes no país através da Rotem Company, entraram em contato com o governo brasileiro o consórcio alemão Transcorr RSC (formado por oito empresas alemãs e oito brasileiras, sob supervisão da Geipot), a italiana Italplan – que vem ao país nesta semana – e a Siemens em parceria com a Odebrecht e Interglobal.
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A Valec, empresa estatal vinculada ao Ministério dos Transportes, informa que grupos japoneses e franceses também demonstraram interesse no projeto. Eles estariam representados pela Itochu e Alstom, respectivamente. Vale ressaltar que nos estudos da Valec a Odebrecht também figura como parceira no consórcio ítalo-brasileiro.
Até o momento, segundo informações das empresas e consórcios, o governo federal teria demonstrado mais simpatia pelo projeto da Italplan. A preferência decorre do fato do plano italiano não contar com investimentos estatais. Mesmo assim, seria necessário financiamento do BNDES para a obra. O valor estimado é de US$ 9 bilhões.
O objetivo da missão coreana no Brasil foi o de apresentar os resultados do TAV construído pelo grupo e inaugurado em 2004, que liga a cidade de Seul a Busan. As duas cidades são muito parecidas com São Paulo e Rio de Janeiro e a distância é praticamente a mesma, 412 quilômetros, afirma Sundock Daniel Suh, chefe do grupo coreano.
Segundo Suh, na Coréia o investimento total foi de cerca de US$ 12 bilhões e 65% do total foram bancados pela iniciativa privada. O executivo frisa que o trem coreano despendeu mais recursos por causa do alto custo das desapropriações e oscilação do dólar. É preciso saber o objetivo específico do projeto, diz o coreano ao ser questionado sobre o valor do trem rápido brasileiro. Qual mercado este projeto pretende atender? Será possível incluir estações em Resende (RJ) e em São José dos Campos? Essas são definições que impactam no custo, esquiva-se.
Os fabricantes de equipamentos consultados pelo Valor afirmam que aguardam a publicação do edital para apresentarem propostas concretas. De acordo com os planos da Valec, o edital deve ser divulgado até outubro deste ano e o vencedor anunciado em fevereiro de 2008.
Nelson Branco Marchetti, diretor da unidade de transportes da Siemens, afirma que os planos da empresa seguem inalterados desde a apresentação ao governo federal, em outubro de 2004. Conforme o projeto, a iniciativa privada seria responsável por apenas 20% do TAV brasileiro, orçado em US$ 6,3 bilhões. O parecer do grupo de trabalho ligado ao Ministério dos Transportes foi de que o projeto desenvolvido pelo consórcio é financeiramente inviável, na hipótese da iniciativa privada ´bancar´ a totalidade dos investimentos requeridos.
Para Marchetti, a Siemens pode reavaliar os estudos apresentados. Existem condições novas do ponto de vista econômico, mas não sei até onde impactarão nos nossos estudos, acrescenta. O diretor também não descartou a possibilidade da empresa participar em conjunto com a Italplan no fornecimento de ma
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