O maquinista Norival Ribeiro Nascimento e controlador Edson Assumpção Filho foram apontados por laudo do Instituto Carlos Éboli (ICC) como responsáveis pelo acidente de trem que provocou a morte de oito pessoas e ferimentos em 101 em Austin, na Baixada Fluminense, no dia 30 de agosto. A informação foi dada pelo delegado da 58ª DP (Posse), Fábio Pacífico, que comanda a investigação. O delegado disse que os dois acusados responderão na Justiça por homicídio culposo e lesão corporal culposa. Os dois deverão responder ao crime em liberdade, por não terem tido a intenção de matar. De acordo com Pacífico, o acidente foi resultado de uma soma de erros. Relatório divulgado no dia 10 de setembro pela Supervia, concessionária do serviço de trens, também apontara falha humana.
Em depoimento à polícia, em setembro, o maquinista Norival Nascimento já admitira, segundo o delegado, que estava acima da velocidade permitida no momento do acidente. Ele estaria cerca de 20km/h mais rápido do que deveria.
– Foi uma imprudência do maquinista e uma negligência do controlador que acabaram resultando na tragédia – disse, na ocasião, o delegado.
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Contrário à conclusão de falha humana no acidente, o sindicato dos ferroviários chegou a realizar manifestações e operação-padrão da categoria para protestar. De acordo com o órgão, que responde pelos funcionários da SuperVia, o laudo da empresa teria sido elaborado para esconder falhas operacionais, já que a comissão para investigar o acidente foi formada apenas por técnicos da concessionária.
De acordo com o relatório da SuperVia, o controlador não fechou o sinal em Comendador Soares, estação anterior à Austin, para avisar ao trem de passageiros que haveria um cruzamento com outra composição mais à frente. Ainda de acordo com o documento, o maquinista não reduziu a velocidade ao passar por um sinal amarelo e trafegava acima da velociadade permitida. No dia 4 de setembro a perícia feita pela polícia no local do acidente já havia indicado não ter havido falha mecânica.
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