Recursos vão ser utilizados para compra de locomotivas, vagões e melhoria da malha. A MRS Logística prevê investimentos de R$ 1 bilhão para o próximo ano na compra de material rodante e melhoria da malha. Nos recursos estão previstos a compra de 70 locomotivas novas e 40 máquinas usadas com entregas programadas para 2008 a 2010. O presidente da companhia, Júlio Fontana Neto, explicou que com o aumento da frota, a companhia poderá transportar no próximo ano 150 milhões de toneladas. Para este ano a expectativa é um movimento de 130 milhões de toneladas de carga. “O crescimento estimado é de 20% no volume de carga”, disse Fontana.
As novas locomotivas já são o segundo pedido feito pela companhia ao fabricante GE, que projetou um equipamento adaptado às condições de tráfego e movimento da MRS. O primeiro lote, de 50 máquinas, foi encomendado em 2005 e o investimento foi de US$ 110 milhões.
Além da compra de locomotivas a MRS irá investir também na aquisição de 750 vagões no próximo ano. “Como as usinas siderúrgicas estão aumentando a capacidade instalada, temos que nos preparar para o crescimento no transporte de minério de ferro. O nosso carro-chefe”, disse o executivo. A frota atual da companhia é de 545 locomotivas e 13.583 vagões. Para 2010, a expectativa da empresa é ter uma frota de 16 mil vagões e 500 locomotivas. “Estamos nos preparando para transportar 200 milhões de toneladas em 2010”, ressaltou Fontana.
R$ 2 bilhões na malha – Incluindo os aportes da MRS para o próximo ano, o setor, conforme o diretor-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça, deverá aportar recursos superiores a R$ 2 bilhões. “É o volume histórico de investimento das concessionárias. Isso será aplicado na melhoria da malha, em projetos de expansão e na compra de material rodante”, disse Vilaça. Para este ano a expectativa da entidade era de aporte em torno de R$ 2,5 bilhões e em meados do ano essa estimativa foi para R$ 3,5 bilhões.
Correia transportadora – O presidente da MRS, Júlio Fontana, afirmou que o projeto da correia transportadora está na fase de negociações comerciais. “Em novembro definiremos o fornecedor de tecnologia para iniciar as obras”, disse.
Com a correia em operação a MRS Logística poderá transportar, principalmente, mais contêineres para o Porto de Santos (SP) nos próximos anos. A correia com 18 km de extensão ligará o alto da Serra do Mar, em Paranapiacaba, o chamado pátio de Campo Grande, ao terminal da Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa), em Cubatão, na Baixada Santista. Aprovada a construção, a esteira deverá entrar em operação em 22 meses. Segundo o projeto, a correia vai utilizar o leito de uma linha férrea já existente que deixou de ser operada há muitos anos.
Segundo Fontana, serão investidos US$ 80 milhões, recursos já previstos no plano de investimentos de US$ 1 bilhão, traçados pela empresa para os próximos cinco anos. Em operação, a MRS vai aumentar a capacidade no volume transportado em 8 milhões de toneladas nos dois sentidos por ano no trecho. Isso porque, com a esteira, 70% do minério destinado à Cosipa será transportado por esse meio, liberando os trilhos da MRS para outras cargas.
Hoje, o minério de ferro sai do quadrilátero ferrífero em Minas Gerais, nos arredores de Belo Horizonte, pela chamada Ferrovia do Aço, e segue até o terminal da MRS em Barra do Piraí (RJ), onde há a transposição da carga para outra composição que segue para São Paulo, por meio do ramal ferroviário do Vale do Paraíba, chegando até o terminal da companhia no pátio da Cosipa em Cubatão.
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