Faltam trens e metrô no mapa de São Paulo

Há algo de errado no mapa desta cidade. O estranho não está no fato de parecer um cogumelo atômico em processo controlado de explosão, ou inofensivo cachorrinho. O errado está nos traços fortes que destacam o seu sistema de transporte de massas. Há um desequilíbrio aí. Trens e metrô operam principalmente no alto, ao Norte, e no lado esquerdo, a Oeste. O vazio que se percebe abaixo e do lado direito mostra que a região Sul e a parte meridional da região Leste são as que mais se ressentem de um meio de transporte rápido, confortável e limpo. Seu único meio de transporte é o ônibus e isso diz tudo: é lento e desconfortável.


Nesta São Paulo de 1,509 mil quilômetros quadrados e população de 10,8 milhões de pessoas, 35% dos embarques em ônibus ocorrem na Zona Sul e pouco mais de 30% na Zona Leste. Enquanto alguns bairros mais centrais chegam a registrar queda de habitantes, Sul e Leste superam a média metropolitana de crescimento (0,57% ao ano). A esperança dessa população, que é também a mais pobre, está nas linhas pontilhadas: indicariam que um dia o metrô vai chegar. Ou que será possível atingi-lo por meio de um sistema mais amplo de integração ônibus-metrô. Ou que será concluído o polêmico sistema que seu idealizador, o prefeito Celso Pitta (1997-2000), chamou de Fura-Fila e que mudou de nome para Expresso Tiradentes. As soluções estão todas estudadas, planejadas, decididas. Mas, por enquanto, só estão nos mapas.


“Nosso objetivo”, diz Alexandre de Moraes, secretário Municipal de Transportes e também presidente da São Paulo Transportes S.A. (SPTrans), que fiscaliza e regula o transporte de ônibus na cidade, “é colocar um ponto de ônibus, integrado com metrô e trem, a 500 metros da casa de cada morador de São Paulo”.


“O metrô vai dar um salto de qualidade e os trens vão funcionar com qualidade de metrô, até fins de 2010”, assegura José Luiz Portella, secretário Estadual dos Transportes Metropolitanos e também presidente da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).


Durante duas semanas, o repórter do Valor cruzou São Paulo de ônibus, metrô, trem e Fura-Fila nos horários de pico. A intenção era constatar, do ponto de vista do usuário, do “cliente”, a qualidade do serviço.


Ao fim desse esforço de acordar mais cedo e dormir mais tarde, a conclusão é que o transporte urbano vai mal. Os problemas são mais graves nas zonas Sul e Leste, mas também não estão resolvidos nas zonas Norte e Oeste. A situação pode melhorar no futuro, pois não se deve colocar em dúvida o propósito dos responsáveis pela prestação ou fiscalização dos serviços. Mas, no presente, os ônibus – metrô e trens não se afastam dessa trilha de precariedade – operam numa situação que a própria Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), incluiu numa lista de exemplos de “iniqüidades”: nos horários de pico, é comum a lotação de 10 passageiros em pé por metro quadrado. O “recomendável” seriam, “no máximo”, seis passageiros nesse espaço.


Outra “iniqüidade” é a quase absoluta ausência de informação ao usuário. As pessoas ficam sabendo de onde sai seu ônibus, que trajeto ele faz, por erros e acertos, perguntando na rua. Empresas e SPTrans não “disponibilizam” – é o verbo da burocracia – informação nas paradas ou dentro dos próprios ônibus.


A madrugadora Margarida, doméstica que mora além do Jardim Ângela, na Zona Sul, resumiu: “Trabalhava perto do aeroporto de Congonhas e os patrões se mudaram para a Água Branca (Oeste). Duas semanas seguidas cheguei atrasada no serviço. Sabia que tinha que ir até Pinheiros e tomar outro ônibus. Mas ninguém sabia qual é o que me deixa mais perto da nova casa. Levei quinze dias pra aprender. Não fui despedida porque os patrões são gente fina e já me conheciam”.


Dos 18,5 mil pontos de ônibus espalhados pela cidade, em nenhum deles – à exceção de alguns dos 28 terminais e dos dez corredores exclu

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Fonte: Valor Econômico

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