A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, assegurou à administração estadual de Mato Grosso do Sul o interesse do Governo federal em desenvolver o projeto de ferrovias que liga Maracaju a Engenheiro Bley, no Paraná, para encurtar a distância de acesso ao Porto de Paranaguá. “Ontem (anteontem), tive o telefonema da ministra Dilma Rousseff. Ela citou que o projeto das ferrovias está sendo avaliado pelo Governo federal e serão chamados técnicos de Mato Grosso do Sul e Paraná para que estudemos a ferrovia”, informou o governador André Puccinelli.
De acordo com o governador, a intenção defendida por diversas vezes pelo Estado é garantir o roteiro de trem de Maracaju, Dourados, Mundo Novo, Guaíra, Cascavel, Guarapuava e Presidente Bley. Com anotações em pedaço de papel, Puccinelli leu o caminho que vem sendo planejado pelo Governo federal. “A ministra falou: Engenheiro Bley, no Paraná, Guarapuava, Cascavel, Ponta Porã, Argentina e Mejillones no Chile”, disse.
Com o anúncio da ministra para André, há perspectivas de adesão do Paraná na construção desse novo trecho ferroviário. “Nós estamos naquele trabalho amplo e finalmente Paraná se engajou nas ferrovias”, afirmou Puccinelli.
Segundo o governador, essas obras necessitariam de R$ 800 milhões para o trecho de 510 km. “Projeto para dois, três, quatro anos para se concretizar”, enfatizou.
Antes do encerramento das atividades no Congresso Nacional, o senador Valter Pereira (PMDB) propôs emenda ao PPA (Plano Plurianual) do Governo federal, aprovada pela Comissão de Serviços de Infra-Estrutura do Senado, destinando R$ 1,3 bilhão à construção da ferrovia de Cascavel (PR) a Maracaju (MS).
Economia – Na economia do País, segundo o governador, as obras ferroviárias seriam estratégicas para o escoamento de grãos, que atualmente é feito por Paranaguá pelo acesso rodoviário. “São quatro milhões de toneladas indo pelo Atlântico. O projeto de ir pelo Paranaguá à Argentina, pelo Pacífico”, explicou.
Com esse empreendimento, de acordo com o governador, Mato Grosso do Sul – localizado no epicentro da comunidade sul-americana- será o centro do Mercosul. “Em três, oito ou 15 anos, nós vamos nos transformar no entreposto, o epicentro do Mercosul”, ressaltou.
Integração – De acordo com noticiários nacionais, a Ferroeste projeta integração regional e internacional pelas ferrovias. O trecho em questão envolve os projetos ferroviários do Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. Um conjunto de trechos, denominado Corredor Oeste, ligando por ferrovia Maracaju-Dourados-Mundo Novo-Guaíra-Cascavel-Guarapuava-Curitiba-Paranaguá.
A Ferroeste também vem atuando numa frente ferroviária internacional para a interligação ferroviária do Brasil com Paraguai, Argentina, Uruguai e Chile. Nesse trecho até a fronteira seria o Corredor Ferroviário Bioceânico Paranaguá/Pontal do Paraná – Antofagasta – Mejillones del Sur (Chile).
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