A Escola Técnica de Transportes Engenheiro Silva Freire, ligada à Secretaria de Transportes do Governo do Estado, está preparando um trem-escola para levar ensino profissionalizante aos bairros e municípios ao longo da malha ferroviária da Região Metropolitana do Rio. O protótipo do primeiro vagão transformado em sala de aula para o projeto Trem-Escola – Educação sobre Trilhos foi apresentado ao secretário Julio Lopes.
A intenção é levar inicialmente o trem-escola para estações de trens dos ramais atendidos pela concessionária de transportes ferroviários e estacioná-lo por um período em desvios desativados ou sem utilização para atender a comunidade da região.
O secretário Julio Lopes gostou da idéia e solicitou aos idealizadores do projeto – todos professores da escola técnica – que acelerem a montagem do trem-escola e finalizem o projeto para que seja apresentado ao governador.
– Esta é uma idéia excepcional, pois precisamos levar ensino de qualidade para nossos jovens, especialmente em regiões carentes. Quero levar a idéia ao governador e preciso que esteja tudo pronto o mais breve possível, pediu o secretário aos diretores da Silva Freire.
Segundo Mauro Soares Tavares, diretor da Escola Técnica Silva Freire e um dos idealizadores do projeto, a sala de aula sobre trilhos – um vagão de passageiros cedido pela Supervia e adaptado para servir de laboratório de informática – tem capacidade para receber 28 alunos de cada vez e conta com 20 computadores individuais com acesso à Internet, quadro-negro, tela de projeção e ar-condicionado.
Ali serão ministrados cursos básicos de editores de texto e de imagens, planilhas eletrônicas, softwares gráficos, entre outros aplicativos. Uma sala separada, em uma das extremidades do vagão, servirá de laboratório para montagem e manutenção de microcomputadores ou para aulas de Internet Digital.
Os recursos para o projeto foram repassados pela Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa) e pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). A Faperj destinou R$ 105 mil para recuperação e adaptação do vagão e compra dos equipamentos, e o CNPq liberou R$ 35 mil para o desenvolvimento da metodologia de ensino.
De acordo com o diretor Mauro Tavares, a intenção é transformar a Escola Técnica Silva Freire em um centro de ensino tecnológico na área de transportes. Segundo ele, o projeto do trem-escola foi premiado recentemente durante o X Congresso Pan-Americano de Ferrovias.
Os responsáveis pelo projeto estudam a possibilidade de ministrarem os cursos em pareceria com as prefeituras dos municípios da Região Metropolitana e com a Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica). Segundo o diretor da Escola Silva Freire, serão de 25 a 30 turmas, divididas em três turnos, com aulas das 7h às 22h, de segunda a sexta-feira.
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