A Viação 1001, uma das maiores empresas de transporte rodoviário do país, vai se candidatar ao leilão para construção e operação do trem-bala entre Rio e São Paulo.
O Grupo JCA, controlador da companhia, manifestou ao BNDES a disposição de participar do projeto. Paralelamente, vem mantendo conversações com fundos de investimento e empreiteiras com o objetivo de montar um consórcio.
A investida tem forte caráter profilático. Principal operadora da ponte rodoviária Rio-São Paulo, a Viação 1001 será uma das maiores afetadas caso o projeto do trem-bala deslanche. Um estudo interno da empresa indica que, apenas no primeiro ano, a perda de passageiros chegará a 20%.
Não custa lembrar que esta é apenas uma das ameaças que rondam a JCA. Dono da concessionária Barcas S/A, o grupo acompanha, apreensivo, o recrudescimento dos estudos para a construção da linha do metrô ligando o Rio a Niterói, que esvaziaria o transporte marítimo.
Diante do duplo risco de perda de receita, a JCA tem feito seus hedges. Está investindo no transporte rodoviário de passageiros fora do eixo Rio- São Paulo. Seus principais alvos são rotas no interior de São Paulo, em Minas Gerais e no Centro-Oeste. Paralelamente, o grupo vem ampliando suas operações no transporte de encomendas e cargas em geral.
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