Queda do dólar afeta resultado da Vale

A desvalorização do dólar e a queda de cotações de alguns metais afetaram os resultados da Companhia Vale do Rio Doce no primeiro trimestre do ano. O lucro líquido fechou em R$ 2,253 bilhões, queda de 55,8% em relação aos R$ 5,095 bilhões obtidos entre janeiro e março de 2007. A mineradora obteve recorde na produção de minério de ferro para um primeiro trimestre, de 74,487 milhões de toneladas métricas. Mas viu crescer os custos operacionais.

A receita bruta somou R$ 14,549 bilhões entre janeiro e março, uma baixa de 12,5%. A geração de caixa, medida pelo lajida (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) foi de R$ 6,638 bilhões, 25% abaixo do primeiro trimestre de 2007. Já o lucro operacional, medido pelo ebit (lucro antes de juros e impostos) recuou 34,1%, para R$ 5,325 bilhões.

De acordo com o balanço da companhia, a piora do faturamento foi provocado em parte pelos preços médios mais baixos no período, “principalmente do níquel e alumínio”. A valorização do real perante o dólar também deprimiu a receita com exportações.

Ao mesmo tempo, o custo dos produtos vendidos cresceu 3,7% perante o primeiro trimestre de 2007, para R$ 7,512 bilhões, enquanto as despesas operacionais somaram R$ 1,288 bilhão, com alta de 39,5%. Neste ano, a Vale gastou mais com materiais, peças de equipamentos, energia e serviços.

O resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 2,056 bilhões, acima do resultado, também negativo, de R$ 208 milhões, do primeiro trimestre do ano passado. De acordo com a empresa, a piora neste indicador foi conseqüência direta das variações monetárias e cambiais, que causaram perdas de R$ 622 milhões entre janeiro e março deste ano. Este mesmo indicador havia gerado ganho de R$ 906 milhões nos primeiros três meses do ano passado.

Os resultados foram calculados de acordo com critérios contábeis brasileiros. Apesar da piora, a expectativa da companhia para o andamento dos negócios é positiva.

Fonte: Valor Econômico