Há cinco anos sem ambulâncias, o Metrô de São Paulo precisa usar um convênio informal com taxistas para levar passageiros que passam mal nas estações a hospitais. A companhia admite que utiliza os veículos particulares, mas só em casos considerados menos graves. A reportagem flagrou, na sexta-feira, uma passageira que passou mal na Estação Sé, no centro, ser colocada em um táxi por seguranças da empresa para atendimento na Santa Casa. Os motoristas confirmam que há transportes freqüentes, mesmo sem acompanhamento de funcionários da companhia.
Em média, 1.200 pessoas passam mal dentro dos vagões ou nas 55 estações por mês. Os problemas vão de males súbitos provocados pelo calor, tonturas, quedas e variação de pressão a desmaios, convulsões e enfartes. Metade dessas pessoas precisa ser levada a hospitais para receber atendimento médico. Dados obtidos pela reportagem mostram ainda que, entre 1987 e 2007, o número de males súbitos mais que dobrou nas estações. No mesmo período, a quantidade de passageiros transportados cresceu 56%. Já os acidentes com esses usuários avançaram 26%.
O Metrô usa os táxis de pontos que ficam ao lado das estações e paga as corridas. Cabe aos servidores – geralmente só com curso de primeiros socorros no currículo – analisar se o caso é grave. Segundo Wilmar Fratini, gerente de Operações do Metrô, dependendo da gravidade do quadro, o passageiro pode ser transportado em uma das 14 viaturas da segurança (equipadas só com maca e kit de parto), em ambulâncias do Samu ou dos bombeiros. Os menos graves são levados pelos táxis em uma espécie de convênio que mantemos com os pontos mais próximos.
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Nas estações também não existem enfermarias para atender emergências ou médicos para prestar os primeiros atendimentos ou avaliar se é necessário socorro imediato. O Metrô está sem ambulâncias desde que o contrato com uma empresa privada que prestava esse serviço foi cortado, há cinco anos. Somos uma empresa de transporte e não um hospital. Se pensarmos que são 40 pessoas por dia que passam mal – frente às 3,3 milhões que transportamos por dia – é um desperdício de recursos. Não dá para imaginar uma ambulância em cada uma das 55 estações. Foge da nossa atuação, diz.
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