Na hora do rush tem gente correndo na estação, aperto para fechar a porta, vagões lotados. Quem pega trem nos horários de pico sabe como é. Mas neste domingo (30), quem andou na Linha 9-Esmeralda adorou a agitação.
A correria não era desespero para não perder o trem. Era diversão. Os mais empolgados queriam passar de vagão em vagão para ouvir o som de diferentes grupos de samba. A vendedora Tamires Borges, que estava no trem, chegou a desistir de ler o livro que levava para cair no samba. “Fechei (o livro) para me juntar a todo mundo”, disse.
A alegria contagiava dos mais velhos aos que ainda nem entendiam o que estavam fazendo ali, no meio da bagunça. Era grande o número de pais com crianças de colo que se divertiam ao som do batuque.
O vagão em movimento não atrapalhava a folia. Ninguém perdia o equilíbrio. O trem não costuma ficar cheio aos domingos. A quantidade de gente vista neste dia 30 nos quatro vagões mostra o sucesso do Samba no trem. O projeto tem dois anos em São Paulo, mas a idéia é muito antiga. Faz parte da história do samba.
“Década de 30, mais ou menos, o samba era feito dentro dos trens para fugir da repressão policial. Esse é o resgate que a gente faz”, conta Marquinho Dikuã, um dos músicos no local.
O evento no trem da CPTM, que liga a estação Grajaú, na Zona Sul, a Osasco, na Grande São Paulo, foi também uma comemoração antecipada do dia do samba, em 2 de dezembro.
Para a maioria dos passageiros, especialmente aqueles a caminho do trabalho, foi uma grata surpresa. “Podia ter todos os domingos, né? Pelo menos eu ia trabalhar mais animada”, dizia a operadora de caixa Shirley de Castro.
O evento teve a participação de 25 sambistas e terminou na Praça do Samba, no bairro do Campo Limpo.
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