Com as mudanças feitas pelo governo do estado no projeto da Linha 4 do metrô, concebida agora como uma extensão da Linha 1, será possível iniciar as obras ainda este ano.
Ficou decidido que o percurso terá 13,5 quilômetros de linha e seis estações, do Jardim Oceânico até a Praça General Osório, em Ipanema. Pelo novo traçado, os passageiros que pegarem o metrô na Barra seguirão para Leblon e Ipanema antes de chegar à Botafogo.
A redução do trajeto original, que era de 16,3 quilômetros e incluía trechos muito longos e estações com pouca demanda, permitirá agilizar a implantação e reduzir a tarifa de R$ 6,40 para R$ 2,60.
— Além de baratear, o novo projeto vai atender mais passageiros, com um custo menor por pessoa. Pela projeção de demanda, Copacabana, Ipanema e Leblon têm potencialmente duas vezes mais passageiros que Botafogo — diz Júlio Lopes, secretário estadual de Transportes.
Serão 230 mil passageiros transportados diariamente na extensão da Linha 1. A proposta original da Linha 4 previa uma demanda de 120 mil pessoas ao dia. A viagem do Jardim Oceânico até a General Osório levará 15 minutos e meio, enquanto o tempo estimado de percurso até o Centro é de 33 minutos e 40 segundos.
Para moradores, estação deve ter estacionamento
O secretário Júlio Lopes garante que a estação do metrô na Barra será construída no local onde funcionava o motel Maxim, atrás do Condado de Cascais, no Jardim Oceânico. Embora o espaço tenha sido comprado pelo grupo Opportunity, Lopes diz que já começou a fazer o encaminhamento da desapropriação no governo.
— A Casa Civil pediu estudos do local para torná-lo de utilidade pública. O interesse da sociedade é que tem que prevalecer — frisa.
Sérgio Dias, secretário municipal de Urbanismo, tenta, no entanto, negociar para que o local abrigue tanto o prédio de escritórios — cuja licença para construção foi concedida no ano passado — quanto a estação do metrô.
— Vamos tentar intermediar uma solução. Esperamos que o proprietário se interesse pelo projeto, que agregará valor ao negócio e reduziria os custos da estação. Uma desapropriação de um terreno na Barra será algo caro para o estado — afirma.
Segundo ele, foi descartada a obra em frente ao Barra Point: — Pelo primeiro traçado, a estação ficaria no canteiro central, em frente ao shopping. Mas haveria um impacto viário grande durante a obra. Então, o estado optou pelo local do motel, que foi fechado e vendido.
O impacto provocado pelo grande fluxo de pessoas na área da estação preocupa moradores do Jardim Oceânico. Presidente da associação de moradores, Luiz Igrejas diz que um dos temas a serem discutidos com o governo é a criação de vagas de estacionamento, já que o metrô deve atrair pessoas de outros pontos da Barra e do Recreio.
— Há o problema da segurança. E o Jardim Oceânico não comporta um grande número de pessoas. Vão fazer garagem de dois ou três andares? — indaga.
O trajeto da Gávea à Barra será implantado pelo consórcio Rio-Barra, enquanto o restante da extensão da Linha 1 será licitada. O governo aguarda a liberação da verba do Tesouro Nacional para lançar o edital.
O presidente do consórcio Rio-Barra, Júlio Teixeira, diz que as obras serão concluídas em cinco anos, para a Copa de 2014. Parte do investimento do projeto — R$ 500 milhões dos R$ 3 bilhões orçados — virá do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade.
O estado também tenta captar recursos com a venda de terrenos. O negócio depende ainda de autorização da Câmara dos Vereadores, para que haja mudanças na legislação urbanística.
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