Duas chapas estão em disputa pela representação de 39 mil trabalhadores no conselho de administração da Vale do Rio Doce, a maior mineradora de minério de ferro do mundo. O mandato dos conselheiros (titular e suplente) é de dois anos e terminou esta semana. A eleição está mobilizando os empregados das minas, pelotizadoras e ferrovias da Vale, preocupados com o emprego, num momento “muito especial” de crise que atingiu fortemente o mercado de minérios e metais.
Uma chapa reunindo empregados do Sistema Sul/Sudeste, mais à esquerda, é encabeçada por Paulo Soares, do PSTU, presidente do sindicato Metabase de Itabira, que concorre à vaga de titular, tendo como suplente Janete de Sá, diretora do Sindifer de Tubarão (ES). A outra chapa, apoiada pela CUT, é liderada por Eduardo Pinto, do Sindicato dos Ferroviários do Maranhão, cujo suplente é Raimundo Nonato, do Metabase de Carajás. Ambos pertencem ao Sistema Norte.
Desde terça-feira, os 29 mil trabalhadores do Sul/Sudeste e os 10 mil do Norte estão votando para escolher seus representante “no coração da empresa”, como diz Soares. O processo eleitoral é coordenado pela própria Vale. Hoje é o último dia de votação e de mobilização dos candidatos. Amanhã serão apurados os votos e conhecidos os novos nomes que vão substituir João Batista Cavalieri, titular, e seu suplente Paulo Soares, que agora pleiteia a vaga de titular do conselho.
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Cavalieri, que está na coordenação das negociações dos trabalhadores da Vale pela manutenção do emprego, não quis se recandidatar. Ele vê a conjuntura como “muito especial” pois “o cenário ainda é sombrio” para as empresas de mineração. “Ninguém ainda tem condição de afirmar quando retorna uma demanda capaz de assegurar o trabalho de todos os empregados da Vale”, avaliou Cavalieri.
Está marcada uma reunião para o dia 14 de abril para negociar o fim da estabilidade que termina em 31 de maio e o aumento do percentual da licença remunerada (que é de 50% do salário), caso a Vale venha a aplicar esta licença, que por enquanto está restrita a 350 a 500 pessoas na mina de Água Limpa (MG). Até agora a empresa, que cortou 30% de sua produção de minério, reduziu a de níquel e de alumínio e suspendeu projetos, assumiu a demissão de 1.300 empregados, colocou 6.500 de férias coletivas e está implementando um PDV de 900 empregados nas fábricas de níquel da Inco, no Canadá. A mineradora fechou 2008 com um lucro de R$ 21 bilhões.
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