CPTM atinge “padrão metrô” de lotação

Você já foi ao interior ver como é uma boiada saindo do curral? Pois aqui é a mesma coisa. Quem faz a comparação é a secretária Andrea de Paula, 40, usuária da linha 9-esmeralda (Osasco-Grajaú) da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que há pouco mais de dois anos era uma das mais vazias da rede e, agora, virou uma das mais lotadas.


Mas acho que os bois são até mais educados, diz ela, cheia de bom humor para encarar o trem superlotado de todo santo dia na estação Granja Julieta (na zona sul de São Paulo).


Os picos de aperto na linha de Andrea chegam a aproximadamente sete pessoas por metro quadrado, em média, das 18h às 19h – acima do padrão internacional tido como tolerável, de seis por m2. O povão descobriu o trem diz ela.


Das seis linhas da CPTM, cinco tiveram crescimento dos picos de superlotação entre 2007 e 2008.


A recordista é a linha 7-rubi (Luz-Francisco Morato), com 8,7 pessoas por metro quadrado, quase empatada com a linha 3-vermelha do metrô, com 9,2 passageiros por metro quadrado, considerada uma das mais cheias do mundo.


Ou seja: de metrô, se por um lado ainda não tem as mesmas qualidade e rapidez – como promete o governo do Estado até o final do ano que vem -, a malha da CPTM já tem ao menos a superlotação.


Com uma diferença: enquanto o metrô já opera muito próximo ao limite da capacidade, com intervalos entre trens de cerca de 1,5 minuto, no caso da CPTM, onde os intervalos variam de 4 a 8 minutos, ainda há espaço para aumentar a quantidade de trens e reduzir esse tempo para proporcionar mais conforto ao usuário.


Melhorias


A CPTM afirma que o aumento dos picos de superlotação é justamente consequência de melhorias já feitas na rede nos últimos anos, como construção e reforma de estações, compra de novos trens e redução dos intervalos – que em 2006 iam de 6 a 9 minutos. Essas melhorias atraíram usuários, diz o presidente da empresa, Ségio Avelleda.


Em 2007, a média de passageiros transportados por dia útil era de 1,54 milhão em todas as linhas. Em 2008, saltou para 1,76 milhão e hoje já está na casa dos 2 milhões de pessoas.


Nesse período, foram entregues 12 trens novos e outros 27 reformados -o que, se por um lado permitiu aumentar a velocidade das linhas e o total de vagas, por outro, não eliminou o problema da superlotação.


Técnicos em transportes defendem de maneira quase unânime a necessidade de aumentar a capacidade do transporte público para atrair passageiros.


Mas ponderam também que, em paralelo, qualidade e conforto do serviço são essenciais para que quem usa o transporte coletivo não se sinta tão motivado a, na primeira oportunidade, trocar trens, metrô e ônibus lotados pelo conforto do automóvel – e contribuir para aumentar os engarrafamentos.


CPTM promete novos trens e redução no tempo de espera


A CPTM diz que até o final de 2010 irá entregar 48 novos trens e modernizar os sistemas de sinalização eletrônica de controle automático da velocidade e do espaço entre os trens.


Com isso, a companhia pretende reduzir o tempo de espera entre um trem e outro e tornar a malha de 260,8 km da CPTM uma espécie de metrô de superfície. Segundo a empresa, essas iniciativas devem acabar com a superlotação.


Atualmente, os intervalos médios entre um trem e outro variam de 6 a 8 minutos, a depender da linha. No ano que vem, a expectativa é que esse tempo caia pela metade.


Dados parciais deste ano sobre a superlotação na rede apontam que, se por um lado ela não caiu na maior parte das linhas, por outro também não continuou crescendo em 2009.


O investimento [em ampliação da oferta de lugares nos trens] está sendo feito. Mas o ritmo de crescimento do uso em São Paulo é de 12,3%. É um padrão chinês, difícil de acompanhar, diz o presidente da empresa, Sérgio Avelleda.


Apesar de a superlotação persistir, diz Avelleda, foram feitas melhorias nos últimos anos. Os trens não viajam mais com as portas abertas e, nas estações mais movimentadas, há funcionários treinados para orientar o embarque, diz ele.


Apesar de ter havido aumento da quantidade de reclamações de usuários em relação à qualidade do serviço -o que inclui problemas como superlotação e segurança-, a empresa afirma que houve também um aumento da quantidade de canais de comunicação -como, por exemplo, a possibilidade de o usuário reclamar por meio de mensagens de texto via celular.


Para inibir furtos, a empresa diz ter instalado 1.578 câmeras de vigilância nas estações. Em casos de assaltos nos trens, a CPTM diz prestar assistência às vítimas e oferecer condução até a delegacia para registrar boletim de ocorrência.


Tática de usuário é pegar trem no sentido contrário


Cada usuário inventa o seu jeito para driblar a superlotação na CPTM. Após tentar entrar, sem sucesso, nos três trens abarrotados que pararam na estação Granja Julieta em direção à Santo Amaro, a secretária Andrea apelou para uma velha tática: pegou o trem vazio no sentido contrário e saltou na parada anterior, para conseguir embarcar num menos lotado.


A Folha acompanhou Andrea na empreitada – eram 18h45. Na estação anterior (Morumbi), a reportagem entrou no trem imprensada por outros passageiros que, por sua vez, eram empurrados por orientadores de embarque nas plataformas – isso porque, se as portas não fecharem, o trem não pode dar partida.


A promotora de vendas Ioza Bandeira, 28, sempre que pode, pede para entrar mais tarde no serviço – assim, consegue sair mais tarde e evita o trem lotado. Ioza viajava com dois colegas de trabalho, uma mulher e um homem. Esmagados, os três brincavam. Aqui é tão apertado que a pessoa corre o risco de entrar livre e sair grávida’, disse a colega dela, para gargalhada geral no trem.


O que contribuiu muito para o aumento da quantidade de usuários do trem foi a piora do trânsito, diz ela. Os ônibus também são superlotados e, quando não estão no corredor [exclusivo], ficam parados no engarrafamento. Aqui, pelo menos, a gente anda, diz Ioza.

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Fonte: Folha de SP

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