Ainda falta muito tempo para que as obras de ampliação do trensurb até Novo Hamburgo fiquem prontas. Mas, pouco a pouco, a primeira estação começa a ganhar forma. A Estação Liberdade, em construção no Município, já começa a mostrar sua grandiosidade e impressiona não somente pelo tamanho e modernismo no estilo, mas também pela expressiva demanda de materiais necessários para a edificação.
Para a construção das quatro estações, sendo uma em São Leopoldo, os investimentos chegam a R$ 700 milhões. A previsão de término da obra é final de 2011. O projeto contempla vigas de até 28 metros, com aproximadamente 58 toneladas cada. Ao todo, serão necessárias 1,1 mil vigas nos 9,3 quilômetros de percurso da cidade vizinha até Novo Hamburgo.
Mesmo assim, a obra está em ritmo acelerado, confirma o engenheiro e diretor do contrato da Consórcio Nova Via, Nilton Coelho. Está tudo dentro do cronograma, garante. Já iniciamos a Estação Liberdade e as fundações da ponte.
O reassentamento de famílias em São Leopoldo está em negociação e, até o final do ano, devem começar as obras da Estação Rio do Sinos. Com isso, aumenta o número de trabalhadores na ampliação. Até agora são 440 contratados, número que deverá chegar a 1,2 mil no auge das construções.
A Estação Rio dos Sinos e Liberdade, as duas primeiras do trajeto São Leopoldo – Novo Hamburgo terão acesso pelo térreo. Já as estações Fenac e Novo Hamburgo terão ligações diretas por uma espécie de mezanino.
Sustento de família ameaçado
Antes de trazer o progresso e desenvolvimento à cidade, as obras de ampliação do metrô causarão impacto diretamente aos estabelecimentos e moradias situadas no trajeto. Em São Leopoldo, aproximadamente 503 famílias da Vila Progresso, Brás, Mauá, bairro Rio dos Sinos e Santos Dumont serão reassentadas. Segundo o superintendente de expansão e obras de infraestrutura da Trensurb, Humberto Kasper, será preciso realocar moradores da área, além das vias complementares à obra, leito da antiga via férrea. Estamos negociando com as famílias e, ainda no segundo semestre de 2009, queremos iniciar a execução da Estação Rio do Sinos, que passa pela área.
Em Novo Hamburgo, não estão previstas desapropriações ou reassentamentos, mas os moradores e comerciantes da região já sentem os reflexos das obras. Na Avenida 1.º de Março, o casal Geraldo Correa e Nadir dos Santos Rodrigues, ambos 54 anos, provavelmente terá seu bazar realocado. Esse é o meu ganha-pão. No início da obra fiquei bastante nervosa. A única coisa que eu peço é que não me deixem desamparada sem a minha banquinha, declarou Nadir, em frente à loja feita de latão, montada na margem do Arroio Gauchinho. Geraldo, no entanto, é mais otimista. Agora diminui um pouco as vendas, mas depois a tendência é melhorar, projeta, pensando na conclusão da obra.
Abaixo-assinado pede metrô só até a rodoviária
O projeto inicial de expansão do trem até Novo Hamburgo prevê uma estação em frente ao Bourbon Shopping, no bairro Rio Branco. No entanto, há um grupo de moradores contrários à ideia. Após sugestão do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Carlos Finck, moradores e comerciantes iniciaram uma coleta de assinaturas pedindo que o trem chegue somente até a Estação Rodoviária Normélio Stabel. A Trensurb apresentará, em até 30 dias, um projeto de compensações urbanas à Prefeitura, considerando as duas hipóteses. Somente após análise e discussão com o poder público será definida a manutenção ou não do projeto inicial.
Uma das responsáveis pelo abaixo-assinado, a empresária hamburguense Rosana Ventorini Zwetsch, 53, diz que em hipótese alguma é contrária ao metrô. No entanto, diz temer pelas consequências que poderá trazer ao se aproximar de sua casa. As opiniões são bem diversas, mas temos que cortar a última estação. A rodoviária está ociosa, ali tem que ser o ponto final, alega. A procura por adeptos ainda está no início. Até agora foram recolhidas aproximadamente 360 assinaturas, mas Rosana reitera que muita gente está aderindo.
Trensurb trabalha na viabilização da linha 2 na capital
Além da ampliação da linha 1 do metrô de São Leopoldo a Novo Hamburgo, a Trensurb trabalha em mais duas importantes obras – a criação da linha 2, até os estádios de futebol da capital, e a instalação do Aeromóvel até o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. As obras integram os investimentos em infraestrutura necessários para a realização da Copa do Mundo de 2014 no País, da qual Porto Alegre é uma das cidade-sede. Outros nove municípios da região disputam a condição de subsede.
De acordo com Humberto Kasper, a implementação da linha 2 do trem será subterrânea e custará por volta de R$ 2,5 bilhões. Vai ter 15,3 quilômetros e tem previsão de três anos para conclusão. A nova rota irá passar pelo Estádio Beira Rio, Olímpico, PUCRS e Câmpus da UFRGS. A ideia é executar as obras por meio de parcerias público-privadas. A ligação do metrô ao aeroporto está orçada em R$ 30 milhões e deve ser executada em um ano. O Aeromóvel é um veículo leve movido a propulsão pneumática acionado por motores elétricos de baixo consumo energético, considerado de energia limpa, pois não gera poluentes gasosos e tem operação silenciosa.
Fonte: Diário de Canoas
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