A mineradora Vale fechou o segundo trimestre de 2009 com lucro líquido de R$ 1,5 bilhão, 81% abaixo dos R$ 3,1 bilhões obtidos em igual período de 2008. Foi o pior resultado trimestral da companhia desde o primeiro trimestre de 2004, quando o lucro líquido obtido foi de R$ 953,7 milhões, sem ajuste da inflação.
O resultado ficou ainda muito abaixo das estimativas de analistas ouvidos pelo Valor, que projetavam um ganho líquido para a mineradora no período entre R$ 3,8 bilhões e R$ 4,1 bilhões.
A receita líquida da companhia somou R$ 10,7 bilhões, ante R$ 18,3 bilhões no segundo trimestre do ano passado, uma queda de 42% nessa base de comparação. O custo dos produtos vendidos saiu de R$ 7,9 bilhões no segundo trimestre de 2008 para R$ 6,7 bilhões no mesmo período deste ano, caindo 15%, bem menos que o recuo da receita líquida. Assim, o trimestre foi de receita de vendas menor e custo ainda alto, o que resultou numa queda forte da margem bruta (receitas menos custos de produção e vendas), que ficou em 37%, comparado a 57% no mesmo período de 2008.
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As vendas líquidas da Vale apuradas neste segundo trimestre apresentaram o mais fraco desempenho desde o primeiro trimestre de 2006. Os valores faturados ficaram bem aquém da receita prevista pelos especialistas de bancos e corretoras, entre R$ 11,9 bilhões e R$ 12,5 bilhões.
O que contribuiu para essa queda do faturamento líquido da companhia foi o câmbio apreciado do período, já que cerca de 93% da receita de vendas consolidadas da Vale e 40% dos custos dos produtos vendidos consolidados estão vinculados a outras moedas, como explica relatório da companhia enviado à CVM.
Outro número que surpreendeu o mercado foi o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) – um indicador de desempenho operacional que não é parte das demonstrações financeiras -, que somou R$ 3,5 bilhões entre abril e junho, declinando 67% ante os R$ 10,5 bilhões do segundo trimestre de 2008. A margem lajida encolheu para 31%, de 55% do mesmo período de 2008.
Ao fraco resultado operacional se aliou também a um resultado financeiro líquido negativo de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre de 2009, ante R$ 1,8 bilhão também negativos no segundo trimestre de 2008. A companhia ganhou muito dinheiro entre abril e junho deste ano, tendo registrado uma receita financeira positiva melhor que a de 2008. Mas, as despesas financeiras mais do que dobraram entre abril e junho e a receita não compensou as perdas, agravadas pelo câmbio desfavorável.
Apesar da recuperação do volume de vendas de minério e não ferrosos como níquel e cobre, no período , o resultado financeiro tenha sido talvez a maior contribuição ao pior lucro dos últimos seis anos da Vale.
No primeiro semestre o lucro líquido da Vale foi de R$ 4,6 bilhões ou 58% abaixo do ganho de R$ 11,1 bilhões observado nos seis primeiros meses de 2008. No período, o lajida caiu 4% em igual comparação, passando de R$ 17,1 bilhões entre janeiro e junho do ano passado para R$ 8,9 bilhões no primeiro semestre de 2009. A receita operacional líquida atingiu R$ 23,6 bilhões no primeiro semestre de 2009, 27% abaixo dos R$ 33,5 bilhões do mesmo período de 2008.
A ação PNA foi cotada ontem a R$ 31,85, queda de 1,70% em relação a terça-feira.
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