Governo de SP apoia o TAV

O governo paulista está avaliando os impactos que o trem de alta velocidade (TAV) entre São Paulo e Rio de Janeiro pode causar ao projeto do Expresso Aeroporto, trem que deve ligar em 20 minutos o centro da capital do Estado ao aeroporto internacional de Guarulhos (SP). Segundo o secretário de Planejamento de São Paulo, Geraldo Alckmin, pode haver algum tipo de interferência sobre a demanda de passageiros do expresso.


“É preciso avaliar quais os impactos, mas o Estado é favorável ao trem-bala e dará todo o apoio possível”, diz Alckmin em evento com empresários organizado pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF) em São Paulo. O secretário também informou que o governo paulista tem enviado sugestões sobre o projeto do TAV ao Ministério dos Transportes.


Amanhã seria o último dia para as empresas entregarem as propostas para a construção do Expresso Aeroporto, mas a licitação continua parada desde o fim de julho e sem previsão de retomada por conta de uma liminar que suspende a sua licença ambiental e paralisa toda e qualquer obra relacionada ao projeto. A liminar não obriga a suspensão da licitação, mas cria insegurança aos investidores, o que levou o Estado a esperar por uma resolução da Justiça.


As empresas, porém, não estão muito entusiasmadas com o projeto. Segundo empresários e consultores, o Expresso Aeroporto não dá garantias de retorno o suficiente para atrair investidores, e corre o risco de ter uma licitação com pouca concorrência. “O modelo de concessão não para em pé. Além do investimento ser muito grande, o governo pede um ônus adicional na construção da linha comum até Guarulhos”, diz Floriano Marques Neto, sócio do Manesco Advogados.


Segundo o edital do projeto, deverá ser investido R$ 1,4 bilhão apenas no Expresso Aeroporto, mais R$ 120 milhões em estruturas para a linha 13-Jade, linha de trem comum que seguirá paralela ao Expresso. A intenção do governo no lançamento do edital era conseguir assinar a concessão do expresso em dezembro deste ano.


Para Paulo Alvarenga, diretor da Siemens, o projeto é tecnicamente interessante, mas o risco para o investidor é elevado. “Decidimos não participar como concessionária porque consideramos que o retorno do investimento é questionável”, diz ele.


Por conta da necessidade de dar maior prazo de avaliação aos investidores, o governo paulista já havia prorrogado por um mês – do final de julho para o dia 21 de agosto – o prazo inicial de entrega das propostas. Para analistas do mercado, porém, a causa foi a escassez de interessados. Há uma incerteza dos investidores sobre a real demanda de passageiros para o expresso considerando uma tarifa máxima de R$ 35 e a indefinição sobre quando deve ser implantado o terceiro terminal no aeroporto de Guarulhos.

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Fonte: Valor Econômico

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