Metrô gaúcho investe em rede de comunicação

A Trensurb adquiriu novos equipamentos para conexão, gerenciamento e segurança de dados e voz na rede de comunicação, e criou um Centro de Controle da Rede. Segundo responsável pelo projeto, infraestrutura está pronta para a Copa de 2014. Entre as inovações, estão os planos de instalação de uma TV, rede sem fio e conexão à internet sem custo ao usuário.


Ter controle sobre o tráfego de rede e acabar com a instabilidade periódica que proporciona prejuízos e aumento de gastos commanutenção foi a meta que impulsionou a Companhia de Trens Rrbanos de Porto Alegre (Trensurb) a investir na modernização da rede de comunicação, com a compra de novos equipamentos e aquisição de soluções no conceito de segurança e gerenciamento.


Foram investidos R$ 27,5 milhões na modernização de todos os dispositivos de rede, implementação de um novo sistema multimídia e melhorias com os aplicativos de bilhetagem eletrônica.


De acordo com Valdinei Marques Nascimento, gerente de informática da Trensurb, a rede da companhia possuía muitas complicações, ao ponto de ficar quatro dias fora do ar em um período, prejudicando todo o controle das operações do transporte público. “Quando aconteceu essa pane, dos 33 switches que estavam instalados na rede, mais de 40% queimou. Com isso, perdemos o módulo de segurança e tivemos grandes problemas de gerenciamento, como multas por atraso em pagamentos de impostos”, completa.


Os equipamentos antigos se tornaram obsoletos, porque foram instalados em 2000. Além disso, havia o problema de limitação de espaço, já que não iriam oferecer suporte para os serviços de tráfego de dados, desempenhado pelos novos dispositivos.


Nascimento frisa que o controle de acesso à rede era o maior problema para os responsáveis pela TI. À época, os switches não eram controlados, e todos os funcionários podiam conectar à rede seus equipamentos, como notebooks e pen drives nas portas USB. “Volta e meia caia a rede, porque algum usuário era descuidado com seus dispositivos infectados”, diz.


A rede apresentava instabilidade e insegurança, sem nenhum tipo de suporte técnico e de manutenção. “Tínhamos uma rede muito vulnerável, sem nenhum controle sobre os equipamentos e políticas de segurança e acesso”, aponta Nascimento.


A solução


A Trensurb teve a iniciativa do projeto de modernização da rede e investiu na aquisição de aplicativos para este setor. Também houve o investimento em mais duas soluções, que estão em andamento, sendo o da bilhetagem eletrônica e o de multimídia. O primeiro trata da integração de toda a rede de transporte público (ônibus e metrô), por meio do cartão eletrônico e, o segundo, é a ampla instalação de TI, que abrange transmissão de imagens e voz sobre IP (via Wireless), além do acesso à internet móvel dentro dos vagões, disponibilizada para os passageiros.


Para a solução da rede, foi aberto um processo de licitação, que durou dois anos, e teve a integradora TechDec, parceira da Enterasys, como vencedora. No processo, a empresa ganhadora deveria oferecer, além da implementação do projeto de TI, prestar suporte à rede 24 horas e capacitar os funcionários da companhia.


Valdinei Marques Nascimento diz que a licitação se baseou em um modelo de contrato diferente dos que acontecem. Houve o aluguel de todos os equipamentos. “Nós compramos os serviços e não os equipamentos. Agora, pagamos um valor mensal para ter as soluções, ou seja, adquirimos os serviços de rede”.


O contrato envolveu a aquisição de hardware e software, focada em segurança, disponibilidade e aplicações multimídia, sendo tudo interligado. Segundo Fabio Von Tein, engenheiro de soluções da Enterasys, a solução foi implantada em um mês logo após a TechDec ganhar a licitação e “foi uma solução de serviços, oferecido pelo parceiro TechDeck (integradores)” diz.


Hoje, a rede está com três switches, modelo Enterasys Matrix N7 (com capacidade para mais de 500 portas cada um) e que disponibilizam recursos de switching e routing para o controle de usuários e aplicações. Também foram instalados 35 switches, Enterasys SecureStack C3 (com capacidade para 48 portas), com políticas de segurança e que permitem a convergência de voz e dados. Todos os produtos possuem tecnologia PoE (Power over Ethernet) e atendem as 17 estações da companhia.


Para o setor de embarque e desembarque foi alugado o software Netsight para gerenciamento e controle das catracas, cuja solução é aberta e com protocolo (SNMP). “Isso é importante para o momento da inclusão de novas tecnológicas”, completa Von Tein. Hoje, na rede estão 560 desktops conectados, que rodam soluções de aplicações e administração, como é o caso das 198 roletas eletrônicas.


O departamento de vigilância recebeu 320 câmeras de vídeo, com comunicação sobre IP para cobrir toda a linha do metrô (33,4 quilômetros de extensão). Esses equipamentos transmitem diariamente 15 imagens por segundos (fps), o qual ficam armazenadas no Centro de Controle da Rede (CCR).


Depois


O funcionário da Trensurb aponta para futuros projetos que serão realizados, como a instalação de uma rede wireless nos trens, com o objetivo de auxiliar os pilotos sobre algum incidente a 500 metros à frente do transporte. “Isso é uma forma de evitar a grande quantidade de suicídios que ocorrem nesse transporte”. Além das antenas de comunicação, também serão instalados monitores nas cabines dos pilotos.


Outra proposta é a implementação da TV Trensurb: painéis com propagandas institucionais nas estações e dentro dos vagões, para auxiliar os passageiros sobre os destinos e horários dos embarques, além de notícias com utilidade pública. A comunicação será textual e por voz sobre IP (aviso sonoro).


Como no trajeto do metrô de Porto Alegre existem quatro universidades, foi prospectada a colocação de wireless nos vagões, para que os passageiros, na maioria estudantes, possam acessar a internet – de graça – durante as viagens.


Segundo Nascimento, todos os setores da Trensurb estão conectados e com controle centralizado. Além disso, apenas 20% da capacidade da rede foi utilizada e a projeção é para mais cinco anos de uso, com a instalação de novos aplicativos. “O nível de falha é praticamente zero e estaremos preparados para a Copa de 2014”, conclui.

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Fonte: IP News

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