Após o tumulto ocorrido no primeiro dia da nova operação de embarque na Estação Sé na segunda-feira, o Metrô reduziu o esquema de contenção dos passageiros. Ontem à tarde, em vez de três bloqueios, os seguranças só restringiram o acesso às baias de embarque – que são os cercados onde os passageiros ficam antes de entrar no trem.
No primeiro dia, também havia barreiras nas áreas do fundo da estação. A operação está sendo adotada na plataforma com destino a Itaquera (Linha 3-Vermelha), e tem o objetivo de evitar o empurra-empurra.
A companhia também aumentou o número de passageiros que podem embarcar. A princípio, a operação permitia a entrada de, no máximo, 30 pessoas em cada porta de trem. Ontem, podiam embarcar até 39, segundo o secretário dos Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella. O DIÁRIO verificou, no entanto, que os seguranças aceitavam até 60 pessoas em cada porta da composição.
Outra mudança foi o direcionamento dos passageiros. As pessoas que chegavam da rua eram encaminhadas para o lado direito da plataforma de embarque. E quem fazia baldeação, ou seja, vinha da Linha 1-Azul, era direcionado para um corredor de seguranças até o lado esquerdo da plataforma de embarque.
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Portella disse que os bloqueios foram reduzidos porque os seguranças não conseguiram liberar as passagens de forma coordenada. “Funciona como o fluxo de um rio.”
De acordo com o secretário, o objetivo é “aumentar em 50% o conforto”. Segundo ele, os passageiros podem esperar até um trem a mais para ter um embarque tranquilo. A operação foi adotada na Estação Tatuapé da CPTM. O controle de passageiros ocorreu sem problemas no sentido Estudantes.
A maioria das dezenas de passageiros ouvidos nesta terça pelo ‘Diário de S.Paulo’ é unânime em afirmar que o embarque para a Zona Leste, na Estação Sé do Metrô, continua muito tumultuado.
– Olha, para ser honesta está igual. Muito empurra-empurra e aglomeração, como era antes. A diferença é que, com estas barreiras, a gente leva mais tempo para conseguir entrar no vagão – disse a auxiliar de limpeza Lena Domingues, de 28 anos.
O Diário embarcou em três viagens rumo à Zona Leste na Estação Sé, ontem, no horário do programa Embarque Melhor. Na última delas, às 18h35, da catraca de entrada da estação até o embarque, foram cerca de vinte minutos em um percurso de aproximadamente 150 metros. Numa das vezes, só conseguiu embarcar no oitavo trem que passou. Dentro das baias de embarque, muita aglomeração, suor e reclamações.
– Se ainda fosse para viajar mais confortável, mas olha isso aqui! Conseguiram piorar. O empurra-empurra continua, só que agora tem barreiras no caminho e leva o dobro de tempo. O máximo que eu já tinha esperado passar para conseguir entrar era quatro trens. Agora, nem sei mais quantos foram – reclamou o representante comercial Wilson Martins dos Santos, de 46 anos, que acompanhou o DIÁRIO desde a catraca.
Ele também esperou na plataforma até entrar no oitavo trem que passou. Passageiros disseram que será necessário ter paciência e esperar uns dias para ver se o esquema funciona.
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