Uma mexida aqui e outra ali no projeto inicial, e o Metrô do Cariri, que era para ser concluído em julho de 2008, atrasou. Ficou para meados de 2010. As obras começaram em 2006.
Os trens estão prontos e passam por testes de velocidade desde o ano passado. A malha viária de 13,6 quilômetros de extensão foi toda remodelada; os dormentes, substituídos; o lastro também. Mas ainda faltam a oficina de manutenção e as estações, que estão sendo construídas pela empresa Fuad Rassi Engenharia e Comércio Ltda.
Seriam seis estações no começo. Passaram para nove. E o que antes custaria R$ 15,5 milhões fechou em R$ 21,4 milhões. Prevíamos uma expansão paulatina, mas ela aconteceu no nascedouro, explica Rômulo Fortes, presidente da Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor). E com trem de passageiros não tem chute. Tudo tem que ser bem pensado.
Segundo ele, as alterações no projeto atenderam às reivindicações feitas pela população. Houve uma mobilização intensa por parte dos moradores. Eles nos pediram várias outras estações. Mas só deu para atender essas três a mais, comenta, explicando que o acréscimo no número de terminais acabou implicando uma nova licitação. Assim, o cronograma atrasou.
O Metrô do Cariri vai servir às duas mais importantes cidades do sul cearense: Juazeiro do Norte e Crato. Juntas, as duas contam com pouco mais de 300 mil habitantes. O transporte será feito por duas composições com tração hidráulico mecânica a diesel.
Os carros são do tipo Veículo Leve sobre Trilho (VLT). Eles foram fabricados pela empresa Bom Sinal, que fica na cidade de Barbalha, também no Cariri cearense. Antes, eram amarelos. Mas, com as alterações no projeto, acabaram sendo repintados de verde. Os veículos são equipados com ar-condicionado, passagem tipo gangway, e cada composição possui a capacidade de levar 330 passageiros (100 sentados e 230 em pé).
Será um trem de superfície. Antes, quando foi lançado pelo então governador Lúcio Alcântara, o projeto era chamado de Trem do Cariri. Mas foi rebatizado pelo atual governador do Ceará, Cid Gomes, de Metrô do Cariri.
Segundo, Rômulo Fortes, a alteração no nome foi feita para tirar dos usuários o velho conceito que os moradores da região tinham de transporte ferroviário, ou seja, sujo, desconfortável e inseguro. Passamos a trabalhar com a ideia de metrô para que eles tenham a noção de que será um transporte rápido, limpo, climatizado e com segurança presente, promete.
A demanda prevista é de cinco mil passageiros/dia, com período operacional entre 5h30 e 22h30, perfazendo 38 viagens em cada sentido. O trecho a ser utilizado é o mesmo do antigo ferroviário do Crato, administrado nos anos 80 pela extinta Rede Ferroviária Federal S.A. (Rffsa).
Em Juazeiro do Norte estão sendo construídas as estações ferroviárias de Fátima, Juazeiro, São Pedro, Teatro Marquise Banca (antigo matadouro) e Parque Antônio Vieira. Em Crato, serão construídas as estações São José, Muriti, Padre Cícero e Crato.
O Projeto Trem do Cariri – hoje Metrô do Cariri – faz parte de um conjunto de ações do plano de governo do Estado do Ceará direcionado para a requalificação do transporte ferroviário de passageiros em alguns municípios do interior do Estado.
Os serviços de edificação, terraplenagem, remodelação da via permanente, para circulação do Metrô do Cariri no trecho Crato-Juazeiro do Norte incluem a construção do desvio da estação São José; desvio da entrada das oficinas; remodelação da via entre a estação de Juazeiro e o bairro de Fátima; construção das estações de passageiros Padre Cícero, Muriti, Antônio Vieira, Teatro, São Pedro e Fátima; estações de passageiros do Crato, São José; e urbanização da estação do Crato.
Originalmente, incluía Missão Velha, Juazeiro e Crato. Mas o projeto de viabilidade demonstrou que a extensão até Missão Velha aumentaria os custos em mais de R$ 20 milhões. Ficou para depois.
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