Enquanto não chegam os R$ 150 milhões do BNDES e da Caixa Econômica Federal para a implantação do sistema de proteção automática (ATP, na sigla em inglês) e reforma de 20 composições, a SuperVia negocia com o Palácio Guanabara a criação de um fundo — bancado com recursos do tesouro estadual — para se livrar das dívidas judiciais da extinta Flumitrens.
O governo resolveu assumir o papagaio porque a Justiça tem considerado a SuperVia como herdeira dos processos movidos contra a Flumitrens — companhia estatal que a antecedeu até a privatização, em novembro de 1998. Isso inclui casos como o da dona Conceição Rosa do Nascimento, mostrado ontem pelo EXTRA. Por conta de um acidente na estação do Jacarezinho em julho de 1998 (quando os trens ainda eram operados pela Flumitrens), a Justiça decidiu que a SuperVia deve indenizá-la em R$ 34 mil.
— Desde que assumiu o serviço, a SuperVia vem sofrendo com as dívidas da Flumitrens. Quem tem que honrar com esses débitos é o estado, já que a Flumitrens era uma empresa estatal. Estamos estudando separar uma verba do orçamento do ano que vem para livrar a SuperVia desses transtornos. Não há empresa no mundo que consiga operar dessa forma — explicou o secretário estadual da Casa Civil, Regis Fichtner.
A SuperVia ainda negocia com a Casa Civil a prorrogação, por mais 25 anos, do contrato de concessão, que expira em 2023. Em troca da prorrogação, a concessionária assumiria o ramal Saracuruna-Guapimirim, atualmente operado pela Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central), sucessora da Flumitrens. Além disso, o governo quer que a SuperVia reforme estações e compre mais trens:
— Esperamos assinar a prorrogação da concessão ainda este ano — disse Fichtner.
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