Com as desapropriações em andamento, licenças ambientais obtidas e financiamentos assegurados, a Transnordestina inicia até o fim de 2009 as obras da ferrovia no Ceará. A previsão é que o projeto esteja concluído no Estado em setembro de 2011. De acordo com o presidente da Transnordestina Logística S.A., Tufí Daher, os três principais entraves do projeto estão praticamente superados.
“Das seis licenças ambientais necessárias, cinco já foram emitidas pelo Ibama. A última para liberar a instalação, referente ao trecho que vai de Missão Velha até o Pecém, sairá no próximo dia 26 de novembro”, garante. Presente ao IV Seminário SEP de Logística promovido pela Secretaria Especial dos Portos, em Fortaleza, o presidente da Transnordestina também está tranquilo em relação às desapropriações no Estado.
“O Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes), que ficou encarregado de prover as desapropriações no Ceará, fez um convênio de transferência de recursos para o governo do Estado, que tomou a frente das negociações e já desapropriou os primeiros 50 quilômetros de terreno. Nossa perspectiva é que até o fim do ano sejam desapropriados mais 100 quilômetros”, estima.
Segundo Tufí Daher, todos os projetos executivos foram aprovados e muitos estão em execução. “Já temos obras nos trechos de Itaueiras (Piauí), de Missão Velha a Salgueiro e entre Salgueiro e Trindade. E na sexta-feira passada fechamos um contrato com a Odebrecht para a estrutura do percurso que vai de Eliseu Martins ao Porto de Suape”, antecipa.
Para Daher as dificuldades que o projeto da ferrovia enfrentou para sair do papel foram dissipadas devido ao trabalho integrado de órgãos governamentais. “Foram 17 órgãos do governo federal envolvidos no projeto da Transnordestina para fazer com que obtivéssemos licenças, desapropriações e recursos necessários”, diz.
Gargalo
O único gargalo que ainda persiste, conforme Tufí Daher, é a liberação de recursos do Finor. “Há mais de três anos enviamos a documentação necessário e o Finor não tem celeridade. Dos R$ 823 milhões a serem financiados pelo Finor, até agora só recebemos R$ 27 milhões. Já era para ter sido liberado pelo menos R$ 200 milhões”, reclama o executivo que encaminhará a reclamação ao Ministério da Integração.
Atraso
Daher admite que o atraso compromete o andamento das obras porque prejudica a liberação de contrapartidas, como os recursos em torno de R$ 2,6 bilhões a serem adquiridos da Sudene. Segundo ele, para não comprometer o cronograma do projeto, a empresa tem antecipado recursos que deveriam vir do Finor, mas que ainda não saíram, afirma, por “questão de gestão”. A ferrovia, que inicialmente tinha o término previsto para dezembro de 2013, teve o cronograma antecipado para dezembro de 2010 e agora, em função dos atrasos, trabalha com o prazo de setembro de 2011. “Nosso compromisso hoje é concluir o trecho do Ceará em setembro de 2011”, afirma.
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