Com pelo menos US$ 120 milhões garantidos para investimentos no Brasil em 2010, a General Electric reforçou ontem seus planos na região com o anúncio da instalação de um novo centro de pesquisa e desenvolvimento (P&D) da empresa no País. Será a quinta unidade de P&D da companhia no mundo, que mantém centros na China, Índia, Alemanha e Estados Unidos, e a primeira na América Latina. O anúncio demonstra a importância do País para a GE, uma vez que é a ciência, a pesquisa e o desenvolvimento que fazem a riqueza de uma companhia, afirmou o presidente global da GE, Jeff Immelt, que veio ao Brasil esta semana fazer o anúncio.
Os executivos da matriz também devem vir ao País nos próximos meses para definir a localização do novo centro tecnológico. Segundo a assessoria do grupo, as negociações para receber o investimento estão mais avançadas em três Estados da região Sudeste. Governos e universidades têm interesse em receber a estrutura, uma vez que a GE é uma das companhias que mais investem em P&D no mundo: são cerca de US$ 6 bilhões por ano. A companhia não revelou, no entanto, quanto será investido no centro de pesquisa brasileiro. Após a definição do local, a ideia é tirar o projeto do papel em até 15 meses.
Para o presidente da multinacional americana, a decisão leva em conta o potencial de crescimento da operação brasileira nos próximos anos. Na última década, diz ele, a filial triplicou de tamanho. No ano passado, a GE no Brasil foi responsável por quase 40% da faturamento da América Latina, ou US$ 3 bilhões de um total de US$ 7,8 bilhão. As maiores oportunidades estão em petróleo e gás, infraestrutura, aviação e healthcare (área médica), destaca Immelt.
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O foco nesses setores fica claro no direcionamento dos US$ 120 milhões previstos para investimentos para o Brasil este ano que não incluem os aportes para criação do novo centro de pesquisa. Cerca de US$ 50 milhões serão investidos em uma nova fábrica de equipamentos médicos em Contagem (MG), que deve entrar em operação no terceiro trimestre. O negócio de manutenção de turbinas de aeronaves da GE, em Petrópolis (RJ), receberá a segunda maior fatia dos recursos: US$ 35 milhão serão destinados à expansão da unidade. No futuro, a companhia pretende avançar na fabricação das turbinas na fábrica fluminense.
Também serão aplicados US$ 12 milhões na ampliação da capacidade da fábrica de locomotivas da companhia, também na cidade mineira a empresa acaba de fechar um contrato para entrega de 50 locomotivas para a Rumo, braço de logística do grupo de açúcar e álcool Cosan. Outros US$ 21 milhões vão para expansão de linhas de produção na unidade de fabricação de equipamentos de perfuração de petróleo da GE, a Vetco Gray. De acordo com a companhia, o potencial de negócios com o governo brasileiro, que envolvem fornecimento para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e exploração de petróleo e gás, é de cerca de R$ 10 bilhões.
Segundo Immelt, a empresa também pretende aumentar as exportação do grupo via Brasil. As unidades de healthcare e petróleo e gás podem ser grandes exportadoras, a exemplo de nossa área de locomotivas, explicou.
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