Passado o período de audiência pública do edital de licitação do trem-bala Rio-São Paulo, o governo decidiu mudar algumas regras, para tornar o empreendimento mais atraente ao setor privado: a tarifa-teto, controlada, vai vigorar apenas para a classe econômica e só no trecho centro do Rio-centro de São Paulo. As demais tarifas, como as de itinerários intermediários, serão liberadas.
“Vamos proteger uma faixa específica de tarifa”, disse Bernardo Figueiredo, diretor-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).
A justificativa é que a política tarifária precisa ficar o mais próximo possível da usada na ponte aérea, principal concorrente do trem-bala. Nos aviões, quem compra com antecedência, em baixa temporada, paga tarifas baixas, e quem compra em cima da hora, no balcão da companhia, paga o valor mais alto. Nesse sistema, as empresas fazem uma espécie de subsídio cruzado entre passageiros para manter a rentabilidade.
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O projeto deverá ter o seu edital definitivo publicado até o final do mês. A obra é a maior do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), está orçada em R$ 34 bilhões e desperta o interesse de grupos empresariais de seis países: Coreia do Sul, China, Japão, Alemanha, França e Espanha.
A definição do vencedor da disputa será feita a partir da combinação de dois critérios: quem pedir menos dinheiro emprestado do governo brasileiro (70% de peso na oferta) e quem oferecer a tarifa mais barata para o trecho regulado (centro do Rio-centro de SP).
Na minuta de edital que foi para consulta pública, o preço-teto estava definido em R$ 0,50 por quilômetro, o que dava um total de R$ 206,15 entre os centros das duas cidades (da estação Barão de Mauá, no Rio, até o Campo de Marte, em SP). O trajeto ponta a ponta vai do centro do Rio a Campinas (SP).
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