O governo Lula autoriza hoje, três dias antes da renúncia do governador José Serra (PSDB), a ampliação da capacidade de endividamento do Estado de São Paulo em R$ 3,3 bilhões. Com a medida, o limite de empréstimos para o governo Serra salta de R$ 11,6 bilhões para R$ 14,9 bilhões.
Os empréstimos serão destinados à construção do trecho Norte do Rodoanel e à construção de um veículo leve sobre trilhos que irá até o estádio do Morumbi. As cifras poderão ser apresentadas na prestação de contas que Serra fará amanhã, em sua despedida, no Palácio dos Bandeirantes.
Serra –que investirá no perfil de empreendedor ao longo da campanha, adotando um lema na linha “saber fazer”– poderá incluir a reserva de recursos para o trecho norte como uma de suas obras.
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Para o discurso, Serra pediu um balanço das ações de cada secretaria. Ao longo da campanha, apostará no perfil de político que busca soluções para garantir desenvolvimento.
Críticas
Ontem, ao anunciar a redução da alíquota de ICMS da indústria têxtil, de 12% para 7%, Serra criticou a política macroeconômica. Num discurso destinado não apenas a São Paulo, mas a todo o país, Serra apontou a concorrência desleal praticada pelos asiáticos, como China e Coréia, como um dos principais problemas do setor.
“São práticas desleais de comércio e o Brasil ainda não se defende tanto quanto seria necessário”, disse Serra. E acrescentou: “Os problemas que temos de competitividade são problemas macroeconômicos. Não é do empresário e do trabalhador. São muito competentes, em São Paulo e no Brasil. Temos que ir criando as condições no nosso Estado e no nosso país que permitam padrões justos de competitividade.”
Ao estilo Lula, Serra usou uma metáfora. Comparou o Brasil à situação de um corredor que entra na disputa com tênis desamarrado e “o adversário com tênis novinho e bem amarrado”: “Precisamos amarrar esse tênis da competitividade do Brasil”.
Já em entrevista, Serra disse que o “Brasil não conseguiu se defender à altura, apesar das intenções corretas do governo”. No discurso, Serra deixou claro que o emprego como emancipação será um dos motes de sua campanha em contraponto ao Bolsa-Família.
Ao pregar “uma aliança entre governo, empresários e trabalhadores para termos mais empregos em nosso país”, justificou: “Sou a favor dos programa redistributivos que entregam renda diretamente, em dinheiro, ou em serviços à população. mas a verdadeira emancipação de cada família depende da renda. Através do trabalho”.
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