O reaquecimento da economia e a realização de eventos indutores do desenvolvimento, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, prometem um bom futuro para a ferrovia no Brasil, tanto de cargas como de passageiros, a partir de 2010.
Estaremos vivenciando um período auspicioso de desenvolvimento ferroviário, que trará substancial melhoria na nossa infraestrutura de transporte, favorecendo a circulação das cargas pelo nosso País e melhor mobilidade das pessoas utilizando transporte público urbano de qualidade nas cidades.
Quatorze anos após a privatização no segmento de transporte de carga notamos inúmeros avanços por parte das operadoras, o que revela a comprovada competência empresarial de seus gestores e controladores. Aliada a esse fato, as expectativas em torno dos próximos anos são amplamente justificadas. Não só pela prioridade que o governo federal deu ao segmento, mas, principalmente, pelo comportamento da economia durante a crise econômica mundial e a perspectiva da realização de eventos indutores do desenvolvimento como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, programados respectivamente, para 2014 e 2016.
POD NOS TRILHOS
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Outro motivo de esperança é o contexto que atualmente envolve o transporte de passageiros e o retorno social nele contido. O volume de investimentos anunciados – tanto os relacionados ao PAC quanto os anunciados pelas concessionárias que exploram os serviços metroferroviários – colocou as capitais brasileiras nos trilhos que irão humanizar definitivamente o ir e vir da população.
A repercussão na indústria, nos serviços e nas obras é bastante grande e alvissareira.
Estima-se que devam ser fabricados de 2.000 a 2.500 vagões e cerca de 500 carros de passageiros, em 2010.
Quanto a locomotivas, a Rumo Logística encomendou 60 máquinas AC-44i à GE para o transporte e exportação de açúcar, com entregas a partir deste ano.
Com relação à reforma de carros de passageiros, várias empresas estão envolvidas na modernização de 98 trens, das linhas 1 e 3 do Metrô de São Paulo.
Muitos projetos estão em fase de licitação e estudos no Estado de São Paulo, para implantação de monotrilhos e VLT´s.
O Metrô/RJ deve iniciar este ano obras de expansão do metrô até a Barra.
Na esfera federal, teremos a implantação do TAV – Trem de Alta Velocidade, que ligará Rio, São Paulo e Campinas.
Por outro lado, o Governo de São Paulo está investindo R$ 20 bilhões e a Prefeitura R$ 1 bilhão para aquisição e reforma de 2.000 carros, expansão das linhas do Metrô, de 61 para 81Km e revitalização de 161Km das linhas da CPTM, de um total de 260Km existentes. Teremos assim 240Km de linhas com qualidade de metrô até o final de 2010.
No setor de cargas, em 2010, deverá ter início a construção de Ferrovia Oeste/Leste, na Bahia e o prolongamento da Ferrovia Norte/Sul, entre Ouro Verde de Goiás e Estrela D´Oeste.
As obras da Transnordestina deverão ser agilizadas neste ano.
A ALL deverá realizar a extensão da Ferronorte até Rondonópolis, prevendo contar com mais 260Km no final do projeto, em julho de 2012.
Outro grande projeto em curso é a duplicação da Estrada de Ferro Carajás visando aumentar a capacidade de transporte da ferrovia para 230 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, que hoje transporta 130 milhões de toneladas/ano. A EFC, com 892Km, será ampliada em 100Km, com uma ligação à Mina Serra Azul.
A Vale investirá US$ 766 milhões em logística, duplicação e ampliação da ferrovia e construção de um terminal marítimo em Ponta Madeira.
O Plano Nacional de Logística e Transportes criado pelo Ministério dos Transportes, prevê a aplicação de R$ 198 bilhões para expansão da malha ferroviária de carga, que deve atingir 48 mil Km de ferrovia em 2018 e 50 mil Km em 2025, tendo como meta aumentar a participação da ferrovia de 25% para 35% na matriz de transporte, até 2025.
Portanto, entendemos que estamos entrando fortemente nos trilhos e que o Brasil Trem Jeito.
Francisco Petrini é diretor executivo do Simefre (Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários).
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